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Preso empresário suspeito de assassinato de Gisely Kelly

Wilson Campos de Almeida Neto foi indiciado por homicídio doloso triplamente qualificado

Wilson Campos de Almeida Neto é apontado como suspeito do crimeWilson Campos de Almeida Neto é apontado como suspeito do crime - Foto: Reprodução/Facebook

Suspeito de assassinar Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos, o empresário Wilson Campos de Almeida Neto, 41, está preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel). A Polícia acredita em homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima. 

O anúncio foi feito pela Polícia Civil de Pernambuco no início da tarde desta sexta-feira (21). O suspeito detido em sua residência - no bairro do Espinheiro, Zona Norte do Recife - em cumprimento ao mandado de prisão temporária por 30 dias, podendo ser estendida. 

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A arma usada no crime já foi apresentada. De acordo com a perícia feita no local do crime, foram feitas duas coletas de provas que apontam Wilson Campos como autor do assassinato de Gisely. Kehrle explica que a perícia tanatoscópica aponta que a arma do crime foi retirada de um cofre, onde havia uma segunda arma, que também foi encaminhada para perícia. "Apesar de ele alegar amnésia, ele lembrou a senha do cofre", disse o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, em coletiva de Imprensa. O suspeito alegou que foi comemorar o aniversário de Gisely com dois casais de amigos e que não lembra a partir do momento que saiu do bar, e que havia consumido uísque, cerveja e cachaça.

Segundo a perícia, o tiro foi à queima-roupa. A constatação se deve ao fato do tipo de tiro deixas uma "marca de tatuagem", que fica fixada na pele, porque a pólvora queima a superfície e, mesmo após limpeza do sangue, permanece. Desta forma, o perito Diego Costa disse que está desconsiderada a hipótese de que que o tiro contra Gisely tenha sido acidental.

Durante depoimento à Polícia, a prima do suspeito, que foi chamada logo após o crime, encontrou com ele no prédio e, ao receber a chave do imóvel, foi informada por ele que "a arma disparou e acabou matando a Gisely". O imóvel onde Wilson foi preso, no bairro do Espinheiro, é o local onde ele morava com família (ex-mulher e quatro filhos). Segundo a Polícia, a arma estava com ele, na própria caixa, e a bala deflagrada se encontrava dentro do tambor.

O caso
Gisely Kelly, que era companheira e ex-secretária do empresário, foi encontrada morta no banheiro, despida, com um tiro na testa, na madrugada da última quarta-feira (19), em um apartamento no bairro do Rosarinho, na Zona Norte do Recife. O apartamento onde ocorreu o crime pertence, segundo a Polícia, a um amigo do suspeito.

A advogada do empresário Silvana Duarte contou, nessa quinta (20), que estava negociando com o delegado Breno Maia, responsável pelo caso, a apresentação espontânea do suspeito, mas, segundo o delegado, policiais também seguiam em diligências para tentar prender Wilson Campos Neto.

Silvana Duarte havia dito que, segundo o empresário, o tiro tinha sido acidental. De acordo com a advogada, ele afirmou que estava abraçado com Gisely no momento do disparo, que teria ocorrido durante "jogos de amor" que eram realizados sob o efeito de álcool. Ela contou que ambos tinham bebido bastante horas antes do fato, pois estavam comemorando, em um restaurante, o aniversário de 37 anos de Gisely. O casal estava se relacionando há, pelo menos, seis meses. 

O delegado Breno Maia, no entanto, já declarou, também ontem, ser “pouco provável” que o tiro fatal tenha sido acidental. O delegado se baseia na conclusão da perícia de que o disparo foi efetuado à queima-roupa, como adiantou o portal FolhaPE. Breno Maia informou que conversou com a advogada do empresário sobre a dinâmica do fato e a cena do crime. “Ela acredita que o cliente tenha efetuado esse disparo de forma acidental, o que eu acho pouco provável pela cena do crime, pela lesão que a vítima apresentava. Existe o que a medicina legal chama de zona de tatuagem, perto da lesão provocada pelo projétil, que caracteriza um disparo efetuado à queima-roupa. Então, é pouco provável que o cliente dela estivesse manuseando a arma tão próximo da vítima sem a intenção de efetuar o disparo”, disse. Veja o vídeo abaixo.

A perícia realizada pelo Grupo Especializado de Perícias em Homicídios do DHPP logo após o assassinato de Gisely aponta que o disparo na cabeça dela foi à queima-roupa, ou seja, efetuado a pouquíssimo espaço entre o revólver e a vítima. Os especialistas encontraram a cápsula de calibre 38 usada no crime ainda presa no cabelo de Gisely.

Uma análise técnica feita com luminol confirmou que o crime ocorreu no banheiro da suíte, já que não foram encontradas manchas de sangue em outros cômodos do apartamento. Também foram colhidas as impressões digitais da vítima e material genético para exame DNA.

Além disso, foram solicitados exames para saber se houve violência sexual (sexológico), para atestar se ela fez uso de arma de fogo (residuográfico) e para colher material genético debaixo das unhas dela (subungial). Os resultados devem sair em até 30 dias.

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