Rio de Janeiro

Preso no Rio por morte de promotor no Paraguai, traficante utiliza igreja para lavagem de dinheiro

De acordo com investigações, Miguel Ángel Insfrán Galeano é advogado e conta com a parceria da mulher e dos irmãos, um deles pastor, para ocultar bens de origem ilícita

Miguel Ángel Insfrán Galeano, o Tio Rico, acusado de matar um promotor uruguaio, foi preso no Rio Miguel Ángel Insfrán Galeano, o Tio Rico, acusado de matar um promotor uruguaio, foi preso no Rio  - Foto: Reprodução

Advogado de formação, Miguel Ángel Insfrán Galeano defendia traficantes da maior facção criminosa do Paraguai. Logo depois, passou a controlar os negócios dos bandidos. Ultimamente, no entanto, ele havia expandido o domínio sobre a quadrilha e passado a contar com a parceira da mulher e dos irmãos, um dele pastor, para então ocultar os bens de origem ilícita. Com um mandado de prisão em aberto pela morte do promotor Marcelo Pecci, ele foi preso na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e irá aguardar o processo de extradição para o país vizinho.

De acordo com o delegado Fábio Luiz Da Silva Souza, titular da 20ª DP (Vila Isabel) e responsável pela investigação, Miguel Ángel e seus familiares utilizavam empresas de transporte e até igrejas na lavagem de dinheiro. O criminoso tem anotações criminais no Paraguai também por tráfico de drogas e organização criminosa. Seu irmão pastor está foragido.

Ainda segundo o delegado, agentes da distrital estavam monitorando Miguel Ángel há cerca de um mês, quando uma denúncia dando conta de que ele circulava em uma Hillux pela Avenida das Américas chegou ao Setor de Inteligência. Desde então, por meio de um cruzamento de informações, os policiais montaram uma operação para abordar veículos desse tipo e conseguiram interceptar o carro do criminoso.

Da primeira vez que foi parado pelos policiais, Miguel Ángel estava sozinho e sem documentos e foi fotografado e liberado. Com a imagem, foi possível identificá-lo e confirmar que contra ele havia sido emitido um alerta vermelho pela Interpol devido ao homicídio de Marcelo Pecci. O promotor estava em lua de mel na ilha turística colombiana de Baru, em 10 de maio do ano passado, quando foi atacado por pistoleiros que desembarcaram na praia em motos aquáticas. 

Pecci tinha a carreira voltada ao combate ao crime organizado, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, e havia investigado quadrilhas do Brasil, além de lavadores de dinheiro libaneses da Tríplice Fronteira do Paraguai, Brasil e Argentina.

Diante da identidade do criminoso, novamente equipes da 20ª DP percorreram a Avenida das Américas e, nesta quinta-feira, por volta de 13h, conseguiram realizar uma nova abordagem ao paraguaio, que mais uma vez dirigia a Hillux. Ao ser revistado, alegou ter perdido os documentos e também negou participação nos crimes, inclusive na morte do promotor.

Ainda de acordo com o inquérito, o criminoso tinha a intenção de expandir negócios. Ele já tinha anotações criminais por tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Sua mulher e seus irmãos também fariam parte da quadrilha. As investigações mostram que ele se articulava se estabelecer em algum país asiático onde não houvesse acordo de extradição firmado com o Paraguai, para que não fosse obrigado a voltar ao país em caso de prisão.

Levado para a sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, ele foi encaminhado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte, onde deverá passar por uma audiência de custódia e irá aguardar o julgamento do processo de extradição.

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