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Justiça

Preso por estupro, Gabriel Monteiro ficará sozinho em cela de seis metros, em Bangu

A transferência do ex-parlamentar, que estava no presídio de Benfica, aconteceu na manhã desta quarta-feira (9)

Gabriel MonteiroGabriel Monteiro - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Acusado de estupro, o ex-vereador e ex-policial militar Gabriel Monteiro, vai ficar isolado numa cela individual, medindo apenas 6m², na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O isolamento de outros detentos atende a um pedido de sua defesa. Advogados do preso alegaram a condição de seu cliente, lembrando que ele teria feito prisões em sua antiga função, além de ter sofrido tentativas de homicídio.

A transferência do ex-parlamentar, que estava no presídio de Benfica, aconteceu na manhã desta quarta-feira (9).

O ex-vereador teve a prisão preventiva decretada na última segunda (7) devido a um processo a que ele responde por estupro e se entregou na 77ª DP (Icaraí). Antes de ir para a delegacia, Gabriel Monteiro gravou um vídeo em que nega o crime e diz que vai provar sua inocência. A manutenção da prisão foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por meio de decisão da juíza Rachel Assad Cunha, em audiência de custódia realizada esta terça-feira (8).

Na sua decisão, a juíza também determinou que a Secretaria de Administração penitenciária (Seap) colocasse Gabriel Monteiro em um presídio que "assegure a sua integridade física". O ex-parlamentar responde por um crime que teria ocorrido no dia 15 de julho, já depois da divulgação de outras denúncias contra ele, inclusive por estupro.

Esse pedido de prisão preventiva faz parte outro processo, sem relação com os casos que foram analisados pelo Conselho de Ética da Câmara do Rio, que pediu a cassação do mandato do então vereador.

O inquérito apontou que o ex-parlamentar conheceu a vítima na reinauguração de uma boate e a levou para a casa de um amigo no bairro do Joá, onde teria forçado a mulher a manter relações sexuais sem preservativo e teria lhe transmitido HPV. Na delegacia, a vítima contou que o início do relacionamento foi consensual, mas terminou em violência.

Após se beijarem e trocarem carícias na casa noturna, os dois seguiram em um carro com cinco seguranças e uma amiga da jovem. Ainda no veículo, ele sacou uma arma da cintura e entregou para a amiga da mulher, que, assustada, a devolveu. Ao entrarem no quarto, ainda com a porta destrancada, o ex-vereador foi ao banheiro. Na volta, ao ver que a mulher tentava deixar o cômodo, trancou a porta e tirou a arma da cintura.

Segundo a denúncia assinada pelo promotor Marcos Kac, Gabriel Monteiro "trancou a porta do quarto, retirou a arma da cintura, passou no rosto da vítima, constrangendo-a com o fim de ter conjunção carnal, e começou a rir. Em ato contínuo, pegou o telefone celular, para gravar que fatos se sucederiam, contudo, o aparelho estava sem bateria", relata o documento.

Em seguida, o youtuber "foi para cima da vítima" para despi-la de forma violenta. Ela, então, teria dito que tiraria a própria roupa. Com a mulher nua, o ex-vereador "a empurrou de forma violenta sobre a cama e começou a ter relação sexual de forma também violenta, sem usar preservativo, mesmo após os apelos da vítima para que ele não mantivesse relação sem camisinha".

Durante o estupro, com a mulher chorando muito e imobilizada por ele - que segurava os dois braços dela pelos pulsos -, o ex-parlamentar passou a fazer perguntas: "É minha?", "Você está gostando?" e "Se eu pedir para você ficar com um dos meus seguranças na minha frente, você ficaria?".

A denúncia do Ministério Público narra que, a cada pergunta, respondendo ou não, a mulher recebia um forte tapa no rosto. Ao dizer que não ficaria com o segurança, a vítima, após apanhar de Gabriel, foi questionada novamente, respondendo sim, por medo. Mesmo assim, "recebeu um tapa mais forte, tendo o denunciado dito na sequência: 'Você não tem personalidade'."

Em depoimento, a jovem também contou que tentou, em vão, soltar as mãos para proteger sua região genital. Aos prantos e sendo xingada, ela ainda ouviu do ex-vereador: "Se você continuar assim, vai ser pior, eu vou lhe espancar". Quando parou de tentar se defender, relata ela, Gabriel Monteiro começou a falar de assuntos desconexos, como da máfia de reboque e de outros temas sem muito sentido.

A vítima teria esperado o ex-vereador dormir para conseguir deixar o local. Exames médicos mostraram que ela sofreu lesões e fissuras na região genital, tendo contraído HPV.

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