PRF se pronuncia após bloqueios pró-bolsonaristas em rodovias brasileiras: "É uma operação complexa"
Supremo Tribunal Federal estipulou multa de 100 mil por hora para caminhoneiros e o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques caso descumprimento da ordem de desbloqueio
Um dia e meio após o resultado nas urnas, que terminou com vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), fecharam as rodovias de pelo menos 20 estados alegando ilegitimidade no processo eleitoral. Na manhã desta terça-feira (01), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) se pronunciou por meio de uma transmissão ao vivo no Youtube.
A coletiva começou com uma fala de Marco Antônio de Barros, diretor executivo da PRF. “Temos que frisar que desde o início das manifestações a PRF mobilizou seu efetivo, com uma estrutura montada desde as primeira horas, para garantir o trânsito livre e seguro. Na segunda-feira, nós acionamos AGU, com intuito de expedir interditos proibitórios para garantir a fluidez do trânsito”, disse.
“Também no dia de ontem suspendemos todas as folgas de atividades administrativas para reforçar o efetivo em estados onde há o maior número de bloqueios. É importante frisar que essa é uma operação complexa. Demanda uma mobilização de grande efetivo e aparato logístico”, completou.
Na entrevista coletiva, o diretor executivo também respondeu um questionamento sobre as denúncias nas redes sociais de agentes da PRF agindo em favor dos manifestantes.
“Só quem já participou em campo sabe o quão difícil é uma operação dessa. A PRF tem que agir com bastante parcimônia, primeiramente iniciar um diálogo e negociações e com o passar o tempo partir para outras medidas, como interdito proibitório e judiciais e, até mesmo culminando com a utilização das forças de choque, mas deixamos isso para uma última instância porque sabemos que isso poderá ter algumas implicações ”, declarou.
Diminuição
A PRF afirma também que existe uma diminuição gradativa dos bloqueios. Atualmente 267 pontos de interdição estão ativos. Ainda de acordo com relato do órgão, cerca de 200 pontos foram desbloqueados. O estado com maior número de bloqueios é Santa Catarina, seguido pelo Pará e Mato Grosso.
“Em momento algum, a PRF foi passiva, pelo contrário, sempre buscou a resolução do problema nos primeiros instantes. Inclusive, no dia 30 já tínhamos equipes de reforço atuando que passaram a madrugada toda acompanhando os primeiros pontos de interdição. No dia 31, começamos o início da preparação para a atuação coordenada. Às 17h, começamos de fato a nossa operação”, declarou Djairlon Henrique Moura, diretor de Operações.
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Determinação do STF
Na noite da última segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou a desobstrução das vias ilegalmente ocupadas por parte da PRF.
Além disso, caso nenhuma ação efetiva for tomada de forma imediata, foi estabelecida multa de R$ 100 mil por hora para o diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, e caminhoneiros que aderirem aos bloqueios, válida desde a meia-noite deste 1º de novembro. Existe também a possibilidade de destituição de Vasques do cargo e a prisão em flagrante por crime de desobediência.
Situação em Pernambuco
Em Pernambuco, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), diversos pontos de rodovias federais que cortam o estado estão bloqueados por manifestantes pró-bolsonaristas. Manifestantes aguardam também uma fala de Jair Bolsonaro após as eleições do último domingo (30).
"De acordo com a observação das equipes policiais, os grupos em sua maioria são compostos por pessoas, por cidadãos, e não necessariamente por caminhoneiros, que demonstram insatisfação com o resultado das eleições do último domingo", informou a PRF de Pernambuco, via nota oficial.
Até o momento, cinco governadores já autorizaram as forças da Polícia Militar (PM) a realizar o desbloqueio das rodovias estaduais e federais. Entre os estados que estão mobilizando suas forças, estão: São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul.