Primeira-dama da França apoia polêmico uso de uniformes nas escolas
Uniformes nunca foram obrigatórios nas escolas públicas da França
Brigitte Macron, esposa do presidente da França, Emmanuel Macron, entrou no controverso debate sobre os uniformes escolares, apoiando seu uso, assim como faz a extrema direita, que levou a discussão ao Parlamento nesta quinta-feira (12).
“Sou a favor do uniforme na escola, mas com trajes simples e não muito monótonos”, disse a primeira-dama, de 69 anos, em uma entrevista publicada na quarta-feira pelo jornal Le Parisien.
A ex-professora de francês, que garantiu ter vivido “bem” quando vestia “saia e suéter azul marinho” durante sua época de escola, acredita que o uso de uniformes “apaga diferenças” e “permite ganhar tempo (...) e dinheiro”.
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Os uniformes nunca foram obrigatórios nas escolas públicas da França, embora muitas instituições de ensino privadas e públicas seletivas os tenham implementado como um sinal de distinção, segundo o historiador Claude Lelièvre.
O ministro da Educação, Pap Ndiaye, é contra torná-los obrigatórios nas escolas, mas lembrou que elas podem, por meio de uma modificação do regulamento interior, “impor um vestuário escolar, se assim desejarem”.
A questão divide a classe política. A direita e extrema direita apoiam o uniforme, porque, segundo a ultradireitista Marine Le Pen, busca “evitar a pressão” dos "islamistas" e as disputas de roupas “mais caras”, “mais na moda”.
A esquerda, por sua vez, é contra. “Para reduzir a desigualdade escolar, não é necessário criar um uniforme, o que falta é investir de forma maciça na escola pública”, tuitou a deputada ecologista Sandrine Rousseau.
A proposta do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), de Le Pen, não parece que vai ter sucesso na Câmara Baixa nesta quinta, mas o partido governista estuda a possibilidade de apresentar seu próprio projeto.
No entanto, tampouco tem consenso interno. O deputado Sacha Houlié disse na Sud Radio que esta “dura” medida não proporcionada nada para a “igualdade” ou o “laicismo” e estimulará, além disso, os estudantes “a fazer o contrário”.