Primeira-dama do Peru se apresenta à Procuradoria em caso de corrupção
Presidente peruano é acusado de liderar máfia encarregada de entregar obras públicas a empresas privadas em licitação
A primeira-dama peruana, Lilia Paredes, se ateve ao direito de permanecer em silêncio ao se apresentar, nesta sexta-feira (13), à Procuradoria, onde foi convocada como testemunha em um caso de suspeita de corrupção que envolve seu marido, o presidente Pedro Castillo.
Paredes foi convocada para depor perante a procuradora Luz Taquire sobre as declarações da empresária e lobista Karelim López, segundo quem Castillo liderava uma máfia encarregada de entregar diretamente obras públicas a empresas privadas em licitação.
A diligência durou cerca de 45 minutos, ao fim da qual Paredes deixou o local sob proteção policial e evitou dar declarações à imprensa.
Durante o interrogatório, ela se ateve ao direito de se manter em silêncio, apelando a seus vínculos diretos com o presidente, reportou o jornal El Comercio em sua edição digital.
A empresária López coopera com a Procuradoria sob o guarda-chuva jurídico de uma "colaboração eficaz" (delação premiada). Se suas delações forem comprovadas, poderia ser condenada a uma pena menor caso seja sancionada pela justiça.
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A Procuradoria também investiga a esposa do presidente por suposto crime de plágio em sua dissertação de mestrado.
O caso veio à tona no fim de 2021 e abrange um ex-ministro de Transportes, um ex-secretário-geral da Presidência e dois sobrinhos do presidente. Os três últimos estão foragidos.
O escândalo estourou quando a imprensa revelou gestões de López perante Castillo para que o consórcio conhecido como "Ponte Tarata III" vencer uma licitação pública para construir uma ponte veicular na região de San Martín.
O presidente deverá depor na segunda-feira na Procuradoria na qualidade de testemunha. Castillo negou o delito, enfatizando que tem as mãos limpas.
A legislação peruana impede investigar um presidente no exercício do cargo. Castillo termina seu mandato em julho de 2026.