Primeiro julgamento por ataque ao Capitólio tem início nos EUA
Mais de 750 pessoas foram presas nos Estados Unidos por seu papel na tentativa fracassada dos apoiadores de Trump de impedir o Congresso de certificar a vitória de Joe Biden
Começou nesta quarta-feira (2) o primeiro julgamento criminal decorrente do ataque de 6 de janeiro de 2021 à sede do Congresso dos Estados Unidos por partidários do ex-presidente republicano Donald Trump, um caso que será observado de perto por sua relação com futuros processos.
Guy Refitt, de 49 anos, um trabalhador da indústria petrolífera no estado do Texas, é acusado de levar uma arma para Washington, confrontar policiais, impedir um processo oficial e outros crimes ligados ao episódio. Espera-se que seus filhos testemunhem contra ele no julgamento.
O promotor Jeffrey Nestler, em sua declaração de abertura, descreveu Reffitt como um "líder" do "pior ataque ao Capitólio desde a Guerra de 1812", quando as tropas britânicas incendiaram o prédio. "Uma multidão precisa de líderes", disse Nestler, para depois ressaltar que Reffitt era "a ponta de lança dessa horda".
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William Welch, o advogado de defesa de Reffitt, negou que seu cliente tenha levado uma pistola para o Capitólio, e afirmou que ele nunca entrou no prédio ou agrediu alguém.
Mais de 750 pessoas foram presas nos Estados Unidos por seu papel na tentativa fracassada dos apoiadores de Trump (2017-2021) de impedir o Congresso de certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro de 2020.
Quase 220 pessoas se declararam culpadas de vários delitos, mas Reffitt é o primeiro a enfrentar um julgamento criminal por sua participação na violenta tomada do Capitólio, que deixou cinco mortos, entre eles um policial.
Reffitt, que se declarou inocente, chegou à manifestação com outros membros de um grupo antigovernamental de direita chamado Three Percenters, segundo o depoimento que apoia sua prisão. Fotos divulgadas pela polícia mostram o homem nos degraus do Capitólio com um capacete preto de motociclista e um colete à prova de balas.
De acordo com um depoimento, o filho e a filha adolescentes de Reffitt disseram ao FBI que seu pai, ao retornar ao Texas, os ameaçou para que não cooperassem com a polícia. "Se me entregar, você é um traidor e sabe o que acontece com traidores... Traidores levam tiro", teria dito Reffitt.
O homem foi detido em 19 de janeiro de 2021 e agentes do FBI apreenderam um fuzil de assalto AR-15 e uma pistola Smith & Wesson em sua casa em Wylie, subúrbio de Dallas. Desde então, ele está preso em Washington e pode pegar até 20 anos de prisão se for condenado.