GUERRA

Primeiro-ministro de Israel rejeita cessar-fogo sem a libertação dos reféns

Anúncio de Benjamin Netanyahu foi feito durante um pronunciamento público televisionado

O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, dá a primeira entrevista coletiva desde os ataques do Hamas ao país em 7 de outubro O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, dá a primeira entrevista coletiva desde os ataques do Hamas ao país em 7 de outubro  - Foto: Abir Sultan/AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou nesta sexta-feira (2) uma pausa humanitária sem a libertação dos reféns, sequestrados durante o ataque terrorista do grupo Hamas contra o território israelense, no dia 7 de outubro.

O anúncio foi feito durante um pronunciamento público televisionado, em resposta à fala de Antony Blinken, em sua segunda visita ao Oriente Médio. Em Tel Aviv, o Secretário de Estado americano defendeu o direito de Israel de se defender, mas disse que discutiu com o premier sobre possíveis pausas para proteger os civis palestinos e distribuir ajuda.

Blinken reforçou que Israel tem o "direito e a obrigação de se defender" para garantir que o ataque do Hamas de 7 de outubro "nunca mais aconteça", mas, receoso com uma possível escalada do conflito, abordou possíveis "pausas humanitárias" para proteger os civis palestinos e distribuir ajuda.

Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia pedido uma "pausa" nas hostilidades para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza e ajudar a libertar os reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas.

— Acreditamos que todos esses esforços seriam facilitados com pausas humanitárias — disse Blinken em coletiva de imprensa em Tel Aviv, acrescentando que Israel "nunca estará sozinho". — Continuamos convencidos de que Israel não só tem o direito, mas a obrigação de se defender e de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que o 7 de outubro nunca mais aconteça.

A declaração de Netanyahu teria ocorrido minutos depois da conversa com Blinken, na qual rejeitava o “cessar-fogo temporário que não inclui a libertação dos reféns”, disse, citado pela BBC, afirmando que o país “continuará com toda sua força” contra o Hamas, que controla o enclave palestino desde 2007.

Segundo as Forças Armadas de Israel, pelo menos 242 reféns foram levados pelo grupo terrorista para a Faixa de Gaza. Quatro deles foram libertados no fim de outubro: as americanas Judith e Natalie Raanan, mãe e filha, no dia 20, e as idosas israelenses Nurit Yitzhak e Yocheved Levzchitz, no dia 23. Além disso, pelo menos 1.400 israelenses, entre civis e militares, foram mortos desde o início do conflito.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, também proferiu a frase durante uma reunião entre Blinken com o gabinete de guerra, composto pelo ministro da Defesa, o primeiro-ministro de Israel, o líder da aliança política de oposição, Benny Gantz, o político da oposição Gadi Eisenkot e o ministro das Relações Estratégicas do Estado, Ron Dermer.

O pedido por uma pausa humanitária foi endossado pelo chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, além da melhoria do acesso humanitário a Gaza durante um telefonema com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Eli Cohen. Borrel afirmou que as pausas necessárias são “urgentes”.

Depois de um intenso bombardeio aéreo sobre Gaza, as Forças de Defesa de Israel lançaram um ataque terrestre ao enclave há uma semana, e agora afirmam ter cercado completamente a Cidade de Gaza, base política e militar do Hamas. Mais de 9,2 mil pessoas morreram no enclave desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. As agências humanitárias alertaram para uma catástrofe humanitária à medida que a área fica sem alimentos, água, medicamentos e combustível.

Num contexto de receio de uma conflagração regional, Blinken inicia a sua segunda viagem ao Oriente Médio desde o início do conflito. Em seu primeiro discurso desde o início da guerra, o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse nesta sexta-feira que a intensificação do conflito dependerá do que ocorrer em Gaza, e não descartou a possibilidade de um alastramento da guerra.

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