Primeiro-ministro do Haiti renuncia em meio à crise de violência das gangues
Ariel Henry comunicou sua decisão ao chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken
O primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, concordou nessa segunda-feira em renunciar ao cargo, anunciou o atual presidente da Comunidade das Caraíbas (Caricom), numa conferência de imprensa, após reunião na Jamaica sobre o país, devastado pela violência de gangues e por uma crise de governabilidade.
Henry confirmou sua demissão numa conversa telefônica com o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken.
O questionado líder haitiano, que se encontra em Porto Rico enquanto seu país sofre a violência de gangues, será bem-vindo se decidir permanecer naquele território norte-americano no Caribe, acrescentou um funcionário americano.
Governança transitória
“Tomamos nota da renúncia do primeiro-ministro Ariel Henry”, disse Mohamed Irfaan Ali, presidente da Guiana e da Caricom, anunciando “um acordo de governança transitório, que abre caminho para uma transição pacífica de poder”.
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O acordo para o futuro do Haiti estabelece “a criação de um Conselho Presidencial transitório, composto por sete membros votantes e dois observadores não votantes”, disse o presidente da Guiana.
O referido conselho exercerá as autoridades presidenciais durante a transição, operando por maioria de votos.
Ficarão excluídos desse grupo qualquer pessoa que seja acusada ou tenha sido condenada em qualquer jurisdição, qualquer pessoa sob sanção da ONU ou que pretenda concorrer nas próximas eleições no Haiti, e qualquer pessoa que se oponha à Resolução 2.699 do Conselho de Segurança da ONU, que aprova o envio de forças de vários países para ajudar a polícia haitiana.
Henry, que deveria ter deixado o poder em fevereiro, é muito questionado em seu país, onde gangues e parte da população exigiam sua renúncia.