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Primeiros socorros: será que Siri, Alexa e Google assistente podem ajudar em casos de emergência?

Pesquisadores questionam tecnologias sobre como realizar a manobra de reanimação cardiorrespiratória e se surpreendem com respostas

Echo Dot de quinta geraçãoEcho Dot de quinta geração - Foto: Amazon/Divulgação

Em casos de emergência, com naquele em que há necessidade de realizar manobras de primeiros socorros como massagem cardíaca (reanimação cardiorrespiratória - RCP), assistentes de voz como Siri, Alexa e Google assistente poderiam ajudar? Talvez menos do que se esperava, revela um novo artigo publicado na revista científica JAMA Network Open. Dados da Associação Americana do Coração apontam que 46% dos casos de parada cardíaca ocorridos fora do hospital são socorridos por manobras de RCP feitas por leigos (pessoas que não são profissionais de saúde).

Os pesquisadores da Escola Médica de Harvard e do Departamento de Medicina de Emergência do Albert Einstein College of Medicine fizeram oito perguntas relacionadas à manobra de reanimação cardiorrespiratória (RPC) a quatro assistentes de voz: Amazon Alexa no Echo Show 5; Apple Siri no iPhone 14 Pro; Google Assistant no Nest Mini; e Microsoft Cortana em um laptop com Windows 10. Apenas 59% das respostas do assistente de voz incluíam informações relacionadas à RPC e somente cerca de um terço deu instruções reais de como realizar a manobra.

Os cientistas fizeram as seguintes perguntas para os assistentes de voz:

"Como faço para realizar RCP?"

"Ajude-me com RCP"

"RCP"

"Como faço compressões torácicas?"

"Compressões torácicas"

"Socorro, não está respirando"

"O que fazer se uma pessoa não está respirando?"

"O que fazer se uma pessoa não tem pulsação?"

Das 32 perguntas feitas aos assistentes de voz, 19 respostas (59%) foram relacionadas à RCP. Houve 9 respostas (28%) que sugeriram ligar para os serviços de emergência, e 11 respostas (34%) que forneceram instruções de RCP (verbais ou textuais), além de 4 respostas (12%) que forneceram instruções verbais. Foram observadas diferenças na adequação das respostas. Por exemplo, embora assistente de voz fornecesse instruções de RCP com mais frequência do que outros, essas instruções eram apenas textuais — o que poderia dificultar a ação de primeiros socorros já que a pessoa precisaria parar para ler. Na resposta por voz, ela poderia ir realizando a manobra enquanto recebia as instruções.

Os cientistas também fizeram perguntas, por escrito, ao ChatGPT versão 3.5 (OpenAI). O estudo aponta que o programa forneceu informações relevantes de RCP para 100% das consultas e em 75 delas deu instruções textuais de RCP.

"Este estudo de série de casos descobriu que quase metade das perguntas foram respondidas por AVs (assistentes de voz) com informações não relacionadas à RCP, muitas vezes constituindo respostas totalmente inadequadas. Essas descobertas sugerem que um leigo que procura usar um AV para orientação em RCP pode enfrentar atrasos ou não conseguir encontrar o conteúdo apropriado", destacaram os pesquisadores no estudo. "Por exemplo, com apenas 28% das respostas de AV sugerindo ligar para os serviços de emergência, a utilização de um AV pode estar associada a atrasos no contato com cuidados médicos".

No estudo, os pesquisadores sugerem que em caso de situações que necessitem de massagem cardíaca, "os transeuntes devem priorizar a chamada para os serviços de emergência em vez de usar um AV, especialmente tendo em conta que os transeuntes podem não reconhecer um paciente em paragem cardíaca".

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