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IPCC 2022

Principais pontos do relatório do IPCC sobre a luta contra a mudança climática

As políticas atuais abrem caminho para um aquecimento global de +3,2°C até o final do século

Poluição atmosféricaPoluição atmosférica - Foto: Pexels

O novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), publicado nessa segunda-feira (4), propõe uma série de medidas para lutar contra o fenômeno e manter a possibilidade de um futuro "viável".

O estudo tem cerca de 2.800 páginas, produto do consenso científico mais extenso até agora.

Pico de emissões em 2025
Se as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas significativamente até 2030, a meta de +1,5°C para a temperatura média do planeta estará "fora de alcance". 

As políticas atuais abrem caminho para um aquecimento global de +3,2°C até o final do século. 

As emissões deveriam, portanto, atingir o pico em 2025, o que parece improvável. A trajetória voltou a subir em 2021, atingindo níveis recordes pré-pandemia. 

O nível de emissões de 2019, que equivale ao “orçamento de carbono” disponível para conservar 66% das possibilidades de ficar abaixo de +1,5°C, será totalmente consumido em oito anos.

Substituir as energias fósseis
Se todas as jazidas de petróleo, gás e carvão continuarem a ser exploradas, sem uma tecnologia para capturar o carbono emitido, será impossível chegar a +1,5°C. 

Para começar, os subsídios aos combustíveis fósseis devem ser eliminados, para que as emissões diminuam em 10%. Para atingir +2°C, 30% das reservas de petróleo, 50% das reservas de gás e 80% das reservas de carvão teriam que permanecer no subsolo, se o CO2 não puder ser capturado e armazenado. 

Isso representa trilhões de dólares em perdas.

Fontes de baixa emissão ou neutras
A capacidade da energia solar e eólica aumentou nitidamente, entre 170% e 70% respectivamente, entre 2015 e 2019.

Mas atualmente, representa apenas 10% da produção elétrica mundial. Acrescentando as centrais nucleares e a hidroeletricidade, chega a 37%

O restante provém de energias fósseis.

Reduzir a demanda
O relatório propõem incentivar os deslocamentos curtos, utilizando veículos elétricos, além do teletrabalho, o isolamento doméstico e redução das viagens de avião.

Isso permitiria chegar a uma redução das emissões de gases entre 40% e 70% até 2050.

Acabar com o metano 
As emissões de metano, gás de efeito estufa de curta vida mas 21 vezes mais potente que o CO2, representam a quinta parte do total.Essas emissões deve ser reduzidas à metade até 2050.

Isso implicaria conter vazamentos, produtos derivados de petróleo e gás, além da pecuária, importante fonte de metano.

Captura de CO2
No pior dos cenários, a redução das emissões deveria acompanhar técnicas de eliminação do dióxido de carbono.

Para isso, seria necessário plantar novas árvores para literalmente capturar o CO2 da atmosfera, algo que não tem sido feito de forma massiva.

Essa tecnologia permitiria compensar os setores como a aviação, o transporte marítimo e a fabricação de cimento, grandes emissores.

Agir custa caro
Manter o objetivo de +1,5°C implica investimentos de 2,3 bilhões de dólares anuais entre 2023 e 2052, somente no setor de eletricidade.

O montante pode ser reduzido a 1,7 bilhões, se alcançado o objetivo de +2°C.

Em 2021, o mundo gastou 750 bilhões de dólares em energias limpas, segundo a Agência Internacional de Energia.

Não fazer nada custa mais
Os climatologistas e ecologistas garantem que o decrescimento econômico decorrente destas medidas seria amplamente benéfico, caso a transição energética seja concluída.

Os desastres climáticos e as crises alimentares seriam combatidos, garante o relatório.

Apenas em saúde pública, 7 milhões de mortes prematuras causadas pela poluição poderiam ser evitadas.

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