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RIO DE JANEIRO

'Prisão é medida desnecessária', diz advogado de militar que matou vizinho

Na última sexta-feira, dia 4, a Justiça decidiu, em audiência de custódia, manter a prisão do militar e mudar a tipificação do crime de culposo para doloso

Durval Teófilo Filho foi morto por militar em São Gonçalo, no Rio de JaneiroDurval Teófilo Filho foi morto por militar em São Gonçalo, no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução / Agência O Globo

A defesa do sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra entrará com um pedido de habeas corpus para que o militar responda pela morte de seu vizinho em liberdade. O crime aconteceu na última quarta-feira, dia 2, em São Gonçalo. Durval Teófilo Filho foi morto a tiros pelo sargento enquanto chegava no condomínio onde ambos moram, no bairro Colubandê, e ser confundido com um assaltante.

— A defesa vai impetrar um habeas corpus na segunda-feira para que ele responda pelo crime em liberdade, tendo em vista que achamos essa prisão preventiva uma medida desnecesária até pelo comportamento dele após a trágica ocorrência do fato. Ele contribuiu com a investigação policial, foi, inclusive, ao local do fato com o delegado de polícia fazer uma reconstituição, socorreu imediatamente a vítima, ficou no hospital para ter notícias e entregou sua arma para investigação. Ele vai responder ao processo, mas a defesa aponta que deve responder em liberdade — explica Saulo Salles, advogado de defesa de Aurélio.

Na última sexta-feira, dia 4, a Justiça decidiu, em audiência de custódia, manter a prisão do militar e mudar a tipificação do crime de culposo para doloso. A defesa informou que avalia a decisão como prematura e aguarda uma possível nova análise na Vara Criminal de São Gonçalo para futuras medidas.
 

— Respeitamos, mas acreditamos que a decisão é prematura. A defesa entende que a audiência de custódia analisa apenas eventual irregularidade e necessidade ou não da prisão. Quem vai analisar a ocorrência da troca de um crime de culposo para doloso é a promotoria responsável pela ação penal originaria — pontua o advogado.

De acordo com informações do Auto de Prisão em Flagrante, a arma utilizada no crime era própria de Aurélio. Os advogados anexaram o Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF) do sargento ao processo, para demonstrar que a arma era regularizada.

Aurélio Alves Bezerra disparou três tiros de dentro do carro contra Durval, ao pensar que ele estava armado e que ia assaltá-lo, de acordo com depoimento que o próprio deu a polícia. O sargento também admitiu que não conseguia ver com clareza o objeto que o vizinho carregava e disse que, ao ouvir do homem que ele também era morador de seu condomínio, prestou socorro. Para a família da vítima, ele foi assassinado porque o autor dos disparos era racista.

— Ele atirou depois dele se identificar e ele não deu chance de defesa. Meu marido sempre andava com a mochila dele na frente porque tinha medo de assalto, então quando ele chegou ontem foi pegar a chave do portão na mochila e atiraram nele — contou a a viúva, Luziane Teófilo, em conversa com o EXTRA.

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