Logo Folha de Pernambuco

Saúde

Procape realiza o primeiro transplante de coração da unidade

O paciente, um homem de 53 anos, estava desde o começo de maio na fila de espera. Cirurgia durou oito horas

Fachada do Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (Procape)Fachada do Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (Procape) - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

O Procape, pronto-socorro cardiológico da Universidade de Pernambuco, realizou o seu primeiro transplante de coração durante a madrugada da segunda (27) para a terça-feira (28). O paciente, um homem de 53 anos residente na Região Metropolitana do Recife, estava desde o começo de maio na fila de espera, e recebeu o novo órgão. A cirurgia durou cerca de oito horas.

A operação foi a primeira do programa de transplantes do Procape, que existe desde 2017. De acordo com o diretor da unidade, o cirurgião cardiovascular Ricardo Lima, há uma mobilização muito grande de profissionais para que todo o processo de um transplante aconteça.

"Esse foi apenas o primeiro de muitos que irão acontecer. Mas é fundamental destacar que esse procedimento tenha ocorrido em um hospital público, universitário e do SUS", destacou o diretor.

O cirurgião cardiovascular e especialista em transplante Frederico Browne, que esteve envolvido na cirurgia, conta que a captação do órgão aconteceu por meio da Central de Transplantes, que comunicou sobre a possível compatibilidade.

"Após os exames necessários, comprovamos a compatibilidade e partimos para a cirurgia. São praticamente duas operações simultâneas, que consiste na retirada do órgão do doador e a inserção do enxerto no receptor", explicou.

 

Frederico Browne, cirurgião cardiovascular e especialista em transplanteFrederico Browne, cirurgião cardiovascular e especialista em transplante

Com duração de aproximadamente oito horas, o processo, que começou com o recebimento do órgão do doador — um paciente jovem, vítima de um acidente vascular cerebral que resultou em morte encefálica —, às 19h da segunda-feira (27), e só terminou por volta das 4h da manhã desta terça-feira (28).

O cardiologista clínico Carlos Eduardo Montenegro está monitorando o paciente que recebeu o coração. De acordo com o médico, a situação do paciente era grave e ainda é considerada grave, mas que ele vem reagindo bem e dentro do esperado.

"É importante frisar que esse pós-operatório é um momento crítico que demanda muitos cuidados. O corpo recebeu um órgão estranho, e existe todo um protocolo de adaptação para que o paciente consiga viver bem", destacou Montenegro, que complementou:  "Vale lembrar que esse paciente deixou o bloco cirúrgico há menos de 12 horas, então é natural que ele ainda seja classificado como grave. Até mesmo pelo tipo de operação que foi feita. Mas ele vem reagindo bem, dentro do que é esperado para pacientes desse tipo."

Ainda não há uma previsão para o primeiro boletim médico do paciente, que segue internado e em observação, mas se recuperando bem.

Veja também

Ministério da Saúde prepara linha de cuidado para pessoas com albinismo
INTEGRAÇÃO

Ministério da Saúde prepara linha de cuidado para pessoas com albinismo

Novo esboço da COP29 propõe que países ricos paguem US$ 250 bi anuais para financiamento climáticos
MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Novo esboço da COP29 propõe que países ricos paguem US$ 250 bi anuais para financiamento climáticos

Newsletter