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Professor da Rural é o único brasileiro a ter pesquisa financiada pelo Google em 2024

O investimento deverá ajudar no aprimoramento de uma ferramenta que envolve inteligência artificial e correção de redações para a educação básica

Além de Rafael, apenas outros dois pesquisadores da América Latina terão o trabalho financiado pelo Google.Além de Rafael, apenas outros dois pesquisadores da América Latina terão o trabalho financiado pelo Google. - Foto: @zine.cc

O professor e pesquisador Rafael Ferreira Melo foi o único brasileiro selecionado pelo Google Academic Research Awards em 2024, projeto da plataforma de busca que financia pesquisas em tecnologia e computação que impactam positivamente a sociedade em áreas como educação, saúde e meio ambiente.

Além de professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da CESAR School, Rafael também faz parte do grupo de pesquisadores do Núcleo de Excelência em Tecnologias Sociais (NEES), instituição vinculada ao Instituto de Computação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que  trabalha em conjunto com parceiros como o Ministério da Educação para gerar novos conhecimentos, elaborar estudos e desenvolver soluções tecnológicas capazes de impactar positivamente o ecossistema educacional brasileiro.

“Fiquei muito feliz em ter sido aprovado pois é uma seleção bastante concorrida e que envolve cientistas do mundo todo”, destaca Rafael.

Entre os critérios do Google para selecionar as pesquisas estão qualidade, inovação e impacto do projeto, adequação aos princípios éticos da IA e qualificação dos docentes responsáveis pelos trabalhos.  

O resultado foi divulgado essa semana. Além de Rafael, apenas outros dois pesquisadores da América Latina terão o trabalho financiado pelo Google.

O investimento deverá ajudar no aprimoramento de uma ferramenta que envolve inteligência artificial e correção de redações para a educação básica.  

“O financiamento é de 60 mil dólares para desenvolvimento da pesquisa em 12 meses. Depois de concluída a parte de melhoramento do algoritmo, pretendemos realizar um piloto em alguma rede pública de ensino. Não está ainda definida se municipal ou estadual e nem onde. Vamos contactar secretarias de Educação mais à frente para sugerir parcerias”, explica Rafael.

Educação equitativa 

O estudo foi selecionado na categoria de pesquisas que focam IA para tornar a educação equitativa, acessível e eficaz. O título em inglês da pesquisa dele é Using LLM and AIED Unplugged to Support the Teaching at the Right Level Program in Brazil (Usando LLM e AIED Unplugged para ensinar no nível certo no Brasil).

“Com o financiamento vamos avançar na pesquisa para aproveitar modelos de linguagem mais recentes para aprimorar a ferramenta que desenvolvemos no NEES de correção de redações, a APA. A ideia é agora usar modelos mais atuais de IA generativa como o Gemini, do Google, para melhorar o algoritmo de correção dos textos”, explica Rafael, destacando o entusiasmo em desenvolver pesquisas para melhorar as políticas públicas de educação no Brasil. 

Aplicativo

O APA, projeto desenvolvido pelo NEES, é o Acompanhamento Personalizado de Aprendizagem (APA), aplicativo que usa inteligência artificial para aprimorar as habilidades de escrita de estudantes do ensino fundamental.

Por meio dele, textos manuscritos dos alunos são digitalizados e avaliados individualmente. Os professores recebem feedback personalizado.

A partir das avaliações, os docentes podem programar melhor as intervenções para recuperação da aprendizagem.

O uso do aplicativo não depende de acesso estável à internet nem exige habilidades digitais significativas, permitindo que estudantes e professores de lugares remotos sejam favorecidos pela tecnologia.  

O projeto piloto do APA foi aplicado em mais de 8 mil escolas públicas de ensino fundamental do Brasil, envolvendo cerca de 160 mil estudantes.

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