Profissionais de transporte e comerciantes protestam contra extorsões no Peru
Os sindicatos interromperam suas atividades no terceiro protesto deste tipo
Centenas de profissionais de transporte e comerciantes participaram de passeatas nesta quarta-feira (23), no Peru, em protesto contra a onda de extorsões e assassinatos praticados pelo crime organizado.
Os sindicatos interromperam suas atividades no terceiro protesto deste tipo, que afetou a mobilidade na capital peruana, de 10 milhões de habitantes.
"Não há solução, continua havendo mortos. Os delinquentes deram uma resposta mais rápida do que a polícia, a extorsão continua", disse à AFP Martín Valeriano, presidente da Associação Nacional de Integração de Profissionais do Transporte.
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Desde cedo, dezenas de veículos de transporte público pararam de circular no marco da chamada "paralisação nacional" contra a falta de segurança.
Em Lima, profissionais de transporte e comerciantes fizeram uma marcha até a sede do Congresso, vizinha à Presidência, para exigir medidas mais drásticas contra quem pratica extorsões.
Foram registradas marchas e bloqueios com queima de pneus nas regiões de Piura, La Libertad, Ancash e Junín.
"Hoje, vários irmãos e irmãs participam de uma paralisação. Nós nos solidarizamos por sua preocupação com um Peru mais seguro e dizemos a eles que não cessaremos na tarefa de combater a delinquência com ações de inteligência e operações da polícia", disse a presidente Dina Boluarte.
Após um primeiro protesto e uma paralisação do transporte em Lima em 26 de setembro, o governo decretou estado de emergência em 14 dos 43 distritos da capital - que concentram mais de 60% da população - e mandou os militares às ruas para reforçar o combate à insegurança.
O segundo protesto foi realizado há 13 dias.
Quadrilhas do crime organizado cobram até 50.000 sóis (aproximadamente R$ 77.000) por mês das empresas de transporte. Quando elas se recusam, atacam os veículos a tiros, inclusive com passageiros a bordo.
Este ano foram registrados 14 ataques e três motoristas assassinados.
Segundo a polícia, entre janeiro e setembro houve no Peru 14.220 denúncias de extorsão. Em todo o ano de 2023, foram reportadas 22.294 denúncias.
Entre as regiões com mais denúncias de extorsão estão Lima, com 5.708, e La Libertad, com 3.469.