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Insegurança alimentar

Programa Mundial de Alimentos teme 'fome sem precedentes de proporções bíblicas'

Entidade solicita US$ 6 bilhões para ajudar 41 milhões de pessoas à beira da fome em 43 países

Fome no SudãoFome no Sudão - Foto: UN Photo/Albert González Farran

O diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) teme uma "fome sem precedentes de proporções bíblicas" em dezenas de países devido à escassez de alimentos, alertou, nesta quarta-feira (30), durante um evento do G20 realizado em Brindisi, no sul da Itália.

Para o diretor desta entidade das Nações Unidas, David Beasley, é necessário que os líderes mundiais repassem mais recursos para os países mais afetados, como aconteceu no ano passado por conta da pandemia do coronavírus.

"Achávamos que no ano passado superaríamos a pandemia do coronavírus, em vez disso, ela permanece com as variantes devastando especialmente as nações de baixa renda e os países em desenvolvimento que foram catastroficamente atingidos por essa tempestade perfeita", alertou. 

O PMA, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz no ano passado por seu trabalho contra a fome no mundo, solicita US$ 6 bilhões para ajudar 41 milhões de pessoas à beira da fome em 43 países.

As condições pioraram na Etiópia, Madagascar, Sudão do Sul e Iêmen, enquanto a Nigéria e Burkina Faso são motivo de especial preocupação. 

"Não são apenas números, não são apenas estatísticas, são pessoas reais com nomes e sobrenomes, vidas reais, frágeis e literalmente à beira da fome", disse Beasley em entrevista coletiva com o ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio.

"Se não atendermos às suas necessidades, durante os próximos seis a nove meses pode haver uma fome sem precedentes, de proporções bíblicas, seguida de desestabilização em muitas nações e migrações em massa", reiterou.

"A solução mais simples é dar mais apoio", disse.

As agências internacionais de ajuda estimam que a escassez de alimentos devido a conflitos, mudanças climáticas e crises econômicas foi exacerbada pela crise gerada pela pandemia do coronavírus.

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