Projeto de lei na Itália proíbe carne artificial
O projeto prevê, entre outras sanções, multas de 10 mil a 60 mil euros (entre cerca de 56 mil e 336 mil reais) para quem infringir suas disposições
O governo italiano aprovou, nesta terça-feira (28), um projeto de lei que proíbe a produção e o comércio de alimentos de laboratório e, em particular, de carne artificial.
Essa legislação "baseia-se no princípio da precaução", indicou o ministro da Saúde, Orazio Schillaci, para quem "não existem provas científicas" excludentes de "efeitos nocivos relacionados ao consumo de alimentos sintéticos".
O projeto prevê, entre outras sanções, multas de 10 mil a 60 mil euros (entre cerca de 56 mil e 336 mil reais) para quem infringir suas disposições, que visam, em particular, a carne produzida em laboratório a partir de células-tronco de origem animal.
Leia também
• Da carne à cerveja: compostos causadores de câncer foram encontrados em alimentos do dia a dia
• Procon de Paulista recolhe carne vencida em supermercado. Estabelecimento alterava etiquetas
• Além de suspender embargo da carne, China habilita novos frigoríficos do Brasil pela 1ª vez desde 2019
A principal associação agrícola italiana, Coldiretti, organizou um ato diante da sede do governo em Roma para dizer: "Não aos alimentos sintéticos".
"A Itália, líder europeia em matéria de qualidade e segurança alimentar, tem o dever de estar na vanguarda das políticas alimentares de defesa dos cidadãos e as empresas", declarou o presidente dessa entidade, Ettore Prandini, citado em comunicado.
O Parlamento deveria adotar esse projeto de lei em um lapso de dois meses e poderia modificá-lo nos debates.
A iniciativa não responde a nenhum pedido de autorização de venda desse tipo de alimento em países da União Europeia (UE) e as estimativas indicam que nenhum alimento sintético deveria ser comercializado antes de 2025.