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Copa 2022

Promessa do Catar sobre neutralidade de carbono na Copa é "enganosa", diz ONG

A Copa do Mundo de 2022 deve gerar 3,63 milhões de toneladas de dióxido de carbono

Ahmad Bin Ali, um dos principais estádios da Copa do CatarAhmad Bin Ali, um dos principais estádios da Copa do Catar - Foto: Gabriel Bouys/AFP

A promessa de neutralidade de carbono feita pela organização da Copa do Mundo do Catar é "enganosa", afirma a ONG Carbon Market Watch em um relatório publicado nesta terça-feira.

"Os dados sugerem que as emissões ligadas à Copa do Mundo serão consideravelmente mais altas do que o previsto pela organização e que os créditos de carbono destinados a compensar essas emissões não terão um impacto suficientemente positivo para o clima", afirma o autor do relatório, Gilles Dufrasne.

Em comunicado, o Comitê Organizador do Mundial classificou as conclusões do relatório de "especulativas e inexatas".

"Estamos em um bom caminho para organizar uma Copa do Mundo neutra em carbono", diz a nota do Comitê.

A organização do Mundial afirma que os dados "reais" serão publicados depois do torneio, que será disputado de 21 de novembro a 18 de dezembro, "e toda a diferença será explicada e compensada"

As "emissões inevitáveis" serão "compensadas com conversões nos créditos de carbono reconhecidos e certificados em nível internacional", o que deveria "ser mais reconhecido do que criticado", acrescenta.

A Copa do Mundo de 2022 deve gerar 3,63 milhões de toneladas de dióxido de carbono, segundo um informe publicado pela Fifa em junho de 2021.

A Carbon Market Watch afirma, no entanto, que a projeção está subestimada, especialmente porque as emissões ligadas às construções dos estádios são "potencialmente até oito vezes" mais elevadas do que o anunciado.

A ONG também denuncia a "qualidade" e a "credibilidade" do sistema de créditos de carbono desenvolvido especificamente para o evento.

Outro temor é que a promessa de neutralidade desperte entre o público uma "complacência, hoje no futuro, em respeito a um torneio cujas emissões de carbono são grandes".

Com apenas 75 quilômetros como maior distância entre os oito estádios do torneio, o Comitê Organizador destaca uma redução do tráfego aéreo entre os jogos, com os deslocamentos sendo feitos de metrô e ônibus elétricos.

Também ressalta que os estádios, dos quais sete foram construídos para o evento e o oitavo foi reformado, são "de baixo consumo de água e energia", alimentados por painéis de energia solar e cercado por áreas verdes.

Desde que foi escolhido pela Fifa como sede da Copa do Mundo, em 2010, o Catar tem recebido várias críticas, especialmente sobre a climatização dos estádios e os direitos humanos.

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