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Internacional

Promotor palestino diz que jornalista da Al Jazeera foi 'assassinada' por soldado israelense

Shireen Abu Akleh foi assassinada em 11 de maio, enquanto cobria uma operação na Cisjordânia ocupada

Shireen Abu Akleh Shireen Abu Akleh  - Foto: HANDOUT / AFP

A promotoria palestina concluiu nesta quinta-feira(26) que a jornalista da rede Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, foi "assassinada" com uma bala calibre 5.56 mm disparada por um soldado israelense com um Ruger M40, um fuzil de precisão americano.

A palestina-americana usava um colete à prova de balas onde estava escrito "imprensa" e um capacete de proteção quando cobria uma operação em um campo de refugiados de Jenin, em 11 de maio na Cisjordânia ocupada.

Outro jornalista ficou ferido. Outras três balas atingiram uma árvore que próxima a eles, afirmou o promotor-chefe da Autoridade Palestina, Akram al Jatib, em coletiva de imprensa. Ele afirmou que todos os projéteis partiram das mesma arma.

Segundo o promotor, um veículo das forças israelenses estava a 200 metros dos jornalistas e as balas foram lançadas a uma distância de 170 a 180 metros.

"As marcas na árvore estão concentradas a uma altura de 127 a 178 cm, o que indica que o atirador procurava as partes superiores dos corpos com o objetivo de matar", disse. 

"O conjunto destes fatos: o tipo de projétil, a arma, a distância, o fato de não haver obstáculo à vista e de ela estar com um colete que dizia 'imprensa' (...) leva-nos a concluir que Abu Akleh foi alvo de um assassinato", disse o promotor. 

"A única fonte do tiroteio foram as forças de ocupação israelenses", acrescentou. 

O novo secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al Sheikh, anunciou que encaminhou o relatório de investigação às autoridades americanas. 

De acordo com uma investigação preliminar israelense, é impossível determinar por enquanto a origem do tiro que matou a jornalista da Al Jazeera. 

Israel rejeitou pedidos de uma investigação internacional, citando a "seriedade" de seus procedimentos legais domésticos, enquanto a Autoridade Palestina se recusou a cooperar com a investigação israelense. 

A Autoridade Palestina de Mahmud Abbas e a rede catariana Al Jazeera acusam diretamente Israel de ter matado a jornalista em Jenin, bastião das facções armadas palestinas.

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