VENEZUELA

Promotores da Argentina pedem prisão de Maduro por crimes contra a humanidade

Denúncia se baseia no princípio da jurisdição universal que permite o processo de crimes graves contra os direitos humanos, independentemente de onde tenham sido cometidos

Nicolás Maduro gesticula enquanto discursa durante comício em Caracas, na Venezuela Nicolás Maduro gesticula enquanto discursa durante comício em Caracas, na Venezuela  - Foto: Pedro Rances Mattey / AFP

Promotores federais e uma ONG pediram nesta terça-feira ao sistema judiciário argentino que ordenasse a prisão do presidente venezuelano Nicolás Maduro e de outros funcionários do governo chavista como parte de um processo por crimes contra a humanidade.

O pedido foi feito por Tomás Farini Duggan, advogado da organização Fórum Argentino para a Defesa da Democracia (FADD), e pelos promotores federais Carlos Stornelli e José Agüero Iturbe, no caso aberto por crimes contra a humanidade na Venezuela, de acordo com a declaração compartilhada com a AFP.

A denúncia foi apresentada em janeiro de 2023 perante os tribunais federais da Argentina e se baseia no princípio da jurisdição universal que permite aos países processar crimes graves contra os direitos humanos, independentemente de onde tenham sido cometidos e da nacionalidade do autor ou da vítima.

 

Os juízes Pablo Bertuzzi, Leopoldo Bruglia e Mariano Llorens ouviram o pedido de prisão, depois que o magistrado Sebastián Ramos negou anteriormente a prisão das autoridades venezuelanas. O processo também exige a anulação dessa decisão.

Nesta terça-feira, cinco venezuelanos disseram aos três juízes que haviam sofrido perseguição, prisões arbitrárias, desaparecimentos forçados e tortura por parte do governo de Maduro.

A audiência contou com a presença de Patricia Bullrich, ministra da Segurança do governo argentino, que há dez dias, por meio de sua ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, solicitou ao Tribunal Penal Internacional (TPI) a prisão de Maduro e de outras autoridades venezuelanas.

Stornelli e Agüero Iturbe enfatizaram que o judiciário venezuelano “está a serviço do regime de Maduro e não atua de forma independente”, disse o comunicado da FADD.

Especialistas da ONU denunciaram nesta terça uma “intensificação do aparato repressivo” na Venezuela, onde há “um plano contínuo e coordenado para silenciar, desencorajar e reprimir a oposição ao governo”.

Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos (2025-2031) em meio a alegações de fraude por parte da oposição, que reivindica a vitória do candidato Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha desde 8 de setembro.

A proclamação de Maduro foi rejeitada pelos Estados Unidos, pela União Europeia (UE) e por vários países latino-americanos, e desencadeou uma onda de protestos na Venezuela que resultaram em 27 mortes, 192 feridos e cerca de 2.400 pessoas presas, de acordo com fontes oficiais.

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