Promotoria se mostra aberta a novo adiamento de sentença contra Trump
O presidente eleito foi declarado culpado, em maio, de 34 acusações de "fraude contábil agravada"
A promotoria de Nova York mostrou-se aberta nesta terça-feira (19) a um novo adiamento da sentença contra Donald Trump no caso da compra do silêncio de uma ex-atriz pornô, embora o juiz instrutor não tenha revelado se vai suspender ou manter o processo.
A vitória de Trump nas eleições presidenciais deste mês levou a Justiça a uma situação inédita. Na semana passada, a defesa solicitou que se suspenda ou anule a única frente judicial aberta contra o magnata republicano, que o colocou no banco dos réus.
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O presidente eleito foi declarado culpado, em maio, de 34 acusações de "fraude contábil agravada" no pagamento de US$ 130 mil à atriz pornô Stormy Daniels para que ela ficasse em silêncio sobre um suposto caso extraconjugal ocorrido em 2006.
O promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, mostrou-se aberto a uma "suspensão" do processo enquanto se decide sobre o pedido de anulação.
"Nenhuma lei determina que a imunidade temporária de um presidente exige a anulação de um processo que se iniciou quando o acusado não estava imune", diz Bragg em documento apresentado ao juiz Juan Merchan, que havia estabelecido o prazo de 26 de novembro para o anúncio da sentença.
O juiz não anunciou hoje se vai prosseguir com a sentença, suspendê-la durante o novo mandato de Trump ou anular todo o caso.
Antes das eleições, a defesa de Trump tentou anular o processo ou realizar um novo julgamento, após uma decisão da Suprema Corte sobre a imunidade presidencial.
O presidente eleito se considera vítima de uma "caça às bruxas" com motivação política. Seus advogados não mediram esforços para adiar para depois de 2024 as frentes judiciais abertas contra ele.
Jack Smith, promotor especial nomeado para investigar e acusar Trump em dois casos federais, pediu até 2 de dezembro para "determinar os passos apropriados, em linha com a política do Departamento de Justiça", que adota há meio século uma política de não investigar um presidente em exercício.
Consequentemente, os casos de tentativa de reverter os resultados das eleições de 2020 e de gestão incorreta de documentos classificados estão em suspenso. Além do de Nova York, fica pendente outro caso em nível estadual, na Geórgia, também por tentativa de interferir no resultado eleitoral.