Protesto cobra justiça por menina atingida por placa de concreto do Metrô do Recife
A criança segue internada em estado grave no Hospital da Restauração
Dezenas de moradores da comunidade onde vive a menina Kemilly Kethelyn Lino da Silva, de 8 anos, atingida por uma placa de concreto do Metrô do Recife, no último sábado (16), realizaram um protesto, nesta segunda-feira (18).
O ato saiu da avenida Central, no bairro de São José, onde ocorreu a tragédia, até a Estação Central. Alguns objetos foram queimados em frente à portaria da plataforma do Metrô e à antiga estação, próximo à Casa da Cultura.
Ateando fogo em pneus e objetos, os manifestantes pediram por justiça para a menina. Eles também exibiam cartazes com apelos às autoridades.
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Viaturas da Polícia Militar e agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) foram ao local.
O pai de Kemilly, o gari Francisco Lima, de 43 anos, afirmou que a menina é muito amorosa e brincalhona.
"Eu tenho fé em Deus. Tenho esperança, é a últiam que morre. Estou abalado. Eu vivia com ela, eu chegava e ela me abraçava, brincava com a irmã dela", contou o pai, entre lágrimas.
Kemilly Kethelyn segue internada em estado grave, segundo atualização da Assessoria de Comunicação do Hospital da Restauração desta segunda-feira (18). Ela está intubada na UTI pediátrica da unidade de saúde.
Com a queda da placa de concreto, na altura da Estação Joana Bezerra, no Coque, a menina sofreu politraumatismo - trauma em várias partes do corpo. Ela passou por uma cirurgia no quadril e segue em observação e sem previsão de alta.
A menina se comunica por gestos, segundo o enfermeiro Jonata Bruno, presidente da ONG Mão Amiga, que organizava a festa de Dia das Crianças que a garota participava quando ocorreu o acidente.
"Ela consegue se comunicar por gestos, mexe os pés e aperta as mãos", disse. Internada na UTI pediátrica, a menina recebe visitas apenas em horários autorizados pelo HR.
Jonata Bruno também participou do ato nesta segunda e reclamou que, há mais de um ano, a comunidade havia solicitado mais atenção da CBTU às placas de concreto da área.
"Já existia ofício solicitando revistoria das placas, que estavam caindo e nada foi feito e agora acontece essa tragédia. A gente quer justiça e toda a responsabilização da CBTU em relação à saúde da Kemilly que está na UTI entre a vida e a morte", reclamou.
Reunião
Uma reunião entre representantes da CBTU, a família e advogados está marcada para a tarde desta segunda-feira (18). "Entraram em contato com a família e disserem que iam fazer todo o possível", afirmou Jonata, sobre o contato da companhia com os parentes de Kemilly.
O que diz a CBTU
Por meio de nota emitida nesta segunda-feira (18), no segundo dia após o acidente, a CBTU lamentou "profundamente o ocorrido". "A CBTU informa ainda que representantes do RH foram ao Hospital da Restauração prestar apoio aos familiares", diz trecho do comunicado.
A CBTU alega que os 71 quilômetros de vias eletrificadas do Metrô do Recife "possuem muros que passam por vistorias e reparos periodicamente, inclusive para reparos de vandalismo".