Protesto de agricultores avança na Espanha contra políticas da UE
Grupo de sindicatos disse que levaria 500 tratores e que transportaria milhares de agricultores para a concentração
Milhares de agricultores avançaram para o centro de Madrid, na Espanha, nesta quarta-feira (20), como parte dos protestos contra as políticas relacionadas à política agrícola da União Europeia (UE) que ocorrem em diversos países do bloco. Espanha e a Comissão Europeia fizeram algumas concessões nas últimas semanas, mas os produtores alegam que as medidas são insuficientes.
A manifestação desta quarta deve ser a maior na capital espanhola desde que os produtores rurais começaram a protestar há mais de duas semanas.
O grupo de sindicatos que reúne os produtores rurais afirmou que levaria 500 tratores e que transportaria milhares de agricultores para a concentração.
Além das políticas da UE, os eles alegam que uma lei destinada a garantir que os principais compradores de supermercados paguem preços justos por seus produtos no atacado não está sendo aplicada, enquanto os preços ao consumidor dispararam.
Leia também
• Agricultores da República Checa realizam protestos contra políticas agrícolas da UE
• Agricultores espanhóis continuam protestos e bloqueios de estradas
• Dirigente da UE adverte sobre impacto da crise agrícola em acordo com Mercosul
Mais protestos pela Europa
Na vizinha França, o maior produtor agrícola da UE, o governo também enfrenta pressão de agricultores, que realizaram manifestações desde o mês passado para exigir melhores salários e outras assistências.
Mais cedo, o primeiro-ministro, Gabriel Attal, prometeu uma legislação para fortalecer a posição dos agricultores franceses em negociações comerciais com distribuidores. Ele também prometeu medidas para facilitar e baratear a contratação de trabalhadores sazonais.
O governo deve trabalhar, ainda, para proteger os agricultores das importações de frango, ovos, açúcar e cereais da Ucrânia, afirmou.
Já na Polônia, o governo expressou preocupação com os slogans pró-Putin nas manifestações dos produtores rurais.
O Ministério das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, afirmou que acredita que grupos extremistas estão tentando assumir o movimento dos agricultores, "talvez sob a influência de agentes russos". "A situação atual dos agricultores poloneses é resultado da agressão de Vladimir Putin contra a Ucrânia e da perturbação da economia global, não porque os ucranianos estão se defendendo da agressão", disse.
A promoção pública de um sistema totalitário pode ser punida com até três anos de prisão de acordo com a lei polonesa.