Protestos contra presidente do Peru deixam 14 feridos
Nos últimos dias, grupos opositores que exigem a renúncia de Boluarte retomaram as manifestações, após cinco meses
Os protestos desta semana no Peru contra o governo de Dina Boluarte deixaram 14 pessoas feridas, a maioria policiais, informou a Defensoria do Povo peruana nesta sexta-feira (21), em meio à expectativa de novas manifestações para pedir a antecipação das eleições no país.
Nos últimos dias, grupos opositores que exigem a renúncia de Boluarte retomaram as manifestações, após cinco meses.
Na quarta-feira, manifestações "majoritariamente pacíficas" foram registradas em vários pontos do país, comunicou o vice-ouvidor Rolando Luque, em coletiva de imprensa ao apresentar um relatório sobre os protestos.
Oito policiais e seis civis ficaram feridos em confrontos pontuais. Quatro dos manifestantes "permanecem hospitalizados", acrescentou ele, informando que outros seis protestantes foram detidos, cinco homens e uma mulher, por supostamente terem atirado pedras ou bombas incendiárias.
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Os atos foram registrados em 64 províncias do país, equivalente a 32% do território peruano, afirmou a Defensoria do Povo. Os organizadores convocaram novas manifestações nos próximos dias.
O Defensor do Povo, Josué Gutiérrez, destacou "a atitude pacífica e maturidade dos manifestantes", ressaltando também o "melhor profissionalismo" na polícia, em comparação aos violentos confrontos que deixaram 50 mortos entre dezembro de 2022 e fevereiro do ano passado.
"Não houve prisão em massa de pessoas, o que viola os direitos humanos", acrescentou.
Os protestos também pedem justiça pelas 50 vítimas da truculência policial.
No início do ano, o Congresso peruano, majoritariamente de direita, rejeitou dois projetos de Boluarte para antecipar as eleições de 2024. Posteriormente, ambos concordaram em permanecer em seus cargos até o fim de seus mandatos, em julho de 2026.