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Protestos na Argentina pedem envio de alimentos para cozinhas comunitárias

As entidades que gerenciam o protesto afirmam que a entrega de alimentos foi interrompida em dezembro de 2023

Vista aérea mostrando membros de movimentos sociais sendo bloqueados pelas forças de segurança a caminho da Residência Presidencial de Olivos para protestar contra as reformas e cortes propostos pelo presidente Javier Milei.Vista aérea mostrando membros de movimentos sociais sendo bloqueados pelas forças de segurança a caminho da Residência Presidencial de Olivos para protestar contra as reformas e cortes propostos pelo presidente Javier Milei. - Foto: Luis Robayo/AFP

Várias marchas foram realizadas nesta terça-feira (7) na Argentina, em um dia de protestos de organizações sociais pela entrega de alimentos às cozinhas comunitárias que as entidades gerenciam e que dizem ter sido interrompida em dezembro, quando o governo de Javier Milei iniciou uma auditoria.
 

A principal manifestação ocorreu por volta do meio-dia em frente à residência presidencial de Olivos, na periferia norte de Buenos Aires, onde centenas de manifestantes cobraram maior assistência do governo.

Uma forte esquema de segurança envolvendo a Polícia Federal, o Corpo de Infantaria e a Gendarmeria foi montado ao redor da residência para evitar a aproximação dos manifestantes e desobstruir o trânsito.

Caminhões equipados com jatos d'água e caravanas de policiais motorizados também participaram da operação, que foi implantada a vários quarteirões do local.

Milei, que chegou de uma viagem aos Estados Unidos por volta do meio-dia, não estava presente.

“A operação é uma pena porque aqui não há assassinos ou criminosos, há pessoas que estão com fome, necessitadas e que estão reivindicando, e têm o direito de fazê-lo”, disse o líder do protesto, Eduardo Belliboni, aos repórteres.

Paralelamente, os organizadores anunciaram 500 bloqueios (piquetes) em todo o país, embora fora do raio da capital argentina, para tentar contornar o “protocolo antipiquetes” do Ministério da Segurança.

A ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, responsável pela pasta que gerencia a ajuda social, foi convocada pela justiça para detalhar a assistência prestada desde dezembro às cozinhas populares em um país onde metade da população vive na pobreza.

Em fevereiro, o líder do Movimento dos Trabalhadores Excluídos (MTE), Juan Grabois, denunciou criminalmente Pettovello "por não providenciar a entrega de alimentos nas cozinhas de bairro e comunitárias de toda a República Argentina, violando as normas que ordenam garantir alimentos aos que sofrem em situação de extrema pobreza.

Pettovello assinou acordos de assistência alimentar com igrejas evangélicas e com a Cáritas Argentina, vinculada à Igreja Católica.

Esta é uma semana de grande agitação na Argentina, depois de uma greve parcial dos transportes na segunda-feira e antes da greve geral marcada para quinta-feira (9), a segunda convocada pelo sindicato CGT desde que Milei assumiu o cargo em dezembro.

“A greve não tem outra motivação senão estritamente política”, disse o porta-voz da presidência, Manuel Adorni. “Com todos os danos e maldades que causaram no governo anterior, eles ainda (os sindicatos) não explicaram porque nunca disseram nada”, acrescentou.

A Argentina vive forte recessão econômica, com uma inflação anual próxima dos 290% e um ajuste fiscal que permitiu o primeiro superávit trimestral desde 2008, mas à custa do fechamento de órgãos públicos, milhares de demissões, corte de subsídios, aumento de tarifas e desvalorização de salários e pensões.

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