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Protestos pró-palestinos em universidades dos EUA diminuem após prisões e discurso de Biden

Manifestantes concordaram em desmantelar o seu acampamento depois de chegarem a um acordo com as hierarquias dos estabelecimentos

 Membros da comunidade judaica ultraortodoxa participam de um comício em apoio ao povo palestino na entrada principal da University College London Membros da comunidade judaica ultraortodoxa participam de um comício em apoio ao povo palestino na entrada principal da University College London - Foto: Benjamin Cremel / AFP

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Os protestos pró-palestinos que abalaram os campi universitários dos Estados Unidos nos últimos dias começaram a diminuir nesta sexta-feira (3), após uma série de operações policiais e uma mensagem firme do presidente Joe Biden para restaurar a ordem.

A polícia de Manhattan expulsou um acampamento na Universidade de Nova York após o amanhecer, e um oficial postou um vídeo nas redes sociais mostrando manifestantes saindo de suas barracas e se dispersando quando ordenados a fazê-lo por um alto-falante.

O cenário parecia relativamente calmo em comparação com as medidas repressivas em outras universidades do país – e algumas ao redor do mundo – onde os protestos contra a guerra de Israel em Gaza se multiplicaram nas últimas semanas.

As autoridades universitárias, que tentaram equilibrar o respeito pelo direito de protestar e a atenção às denúncias de violência e discurso de ódio, têm apelado cada vez mais à polícia para retirar os manifestantes antes das provas de final de ano e das cerimônias de formatura.

Mais de 2.000 prisões foram realizadas nos Estados Unidos nas últimas duas semanas, algumas durante confrontos violentos com a polícia, o que levou a acusações de uso excessivo da força por parte dos agentes.

O presidente Joe Biden, que tem enfrentado pressão de todos os lados políticos durante a guerra entre Israel e o Hamas, disse na quinta-feira que "a ordem deve prevalecer", nos seus primeiros comentários sobre os protestos.

"Não somos uma nação autoritária onde as pessoas são silenciadas ou a dissidência esmagada", disse Biden em um comunicado transmitido pela televisão na Casa Branca. "Mas também não somos um país sem lei. Somos uma sociedade civilizada e a ordem deve prevalecer".

Estas declarações surgiram horas depois de um grande contingente policial ter despejado à força um acampamento estudantil em Los Angeles e reprimido a multidão reunida nas redondezas.

Funcionários universitários disseram que mais de 200 pessoas foram presas.

Na quinta-feira, na costa oposta dos Estados Unidos, manifestantes da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, concordaram em desmantelar o seu acampamento depois de chegarem a um acordo com as hierarquias do estabelecimento, como aconteceu em outros centros educacionais.

 A escala mundial 

Os republicanos acusaram Biden de ser brando com o que consideram ser um sentimento antissemita entre os manifestantes, enquanto ele enfrenta oposição em seu próprio partido por seu forte apoio à guerra de Israel em Gaza.

"Não deveria haver lugar em nenhum campus, em nenhum lugar nos Estados Unidos para antissemitismo ou ameaças de violência contra estudantes judeus", disse Biden.

O secretário da Educação, Miguel Cardona, repetiu essas palavras em uma carta aos funcionários da universidade nesta sexta-feira e prometeu investigar relatos de atos de antissemitismo, segundo a CNN.

Enquanto isso, protestos estudantis semelhantes surgiram em todo o mundo, especialmente em Austrália, França, México e Canadá.

Em Paris, a polícia interveio para expulsar estudantes que organizavam uma manifestação pacífica na Universidade Sciences Po.

Na Universidade McGill, no Canadá, as autoridades do campus exigiram na quarta-feira o desmantelamento "sem demora" de um crescente acampamento estudantil. No entanto, até a manhã desta sexta-feira, a polícia ainda não havia tomado nenhuma providência sobre o assunto.

A guerra em Gaza começou quando milicianos do Hamas realizaram um ataque sem precedentes em Israel em 7 de outubro, que deixou mais de 1.170 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.

A ofensiva de retaliação de Israel matou mais de 34.600 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.

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