O diretório do PT em Santa Catarina denunciou o governador do estado, Jorginho Mello (PL-SC), ao Ministério Público por ter afirmado, nesta quarta-feira, que uma cidade que tem 80,3% de sua população composta por pessoas brancas "se destaca pela cor da pela das pessoas".

A declaração foi dada durante evento em Pomerode, no Vale do Itajaí. O caso foi primeiramente divulgado pelo GLOBO.

O pedido do partido afirma que a fala de Jorginho teria sido racista e supremacista. A fala foi dada durante a abertura da 40ª edição da Festa Pomerana.

— Pomerode se destaca pela beleza turística que tem, pelas casas enxaimel, pela cor da pele das pessoas, pela mistura, pelo que representa para todos nós — disse o governador, na ocasião.

Apesar de ser uma iniciativa do diretório catarinense, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, emitiu uma nota de repúdio a Jorginho Mello, na qual chama sua fala de "espécie odiosa de discriminação".

"O governador bolsonarista Jorginho Mello, que se refere à "cor da pele das pessoas" para supostamente qualificar uma população branca de origem europeia, deve usar o mesmo critério para desqualificar as demais, das diversas origens que compõem o povo brasileiro", disse.

A fala de Jorginho Mello foi tornada pública pelo vereador de Florianópolis, Leonel Camasão (PSOL), que encaminhou denúncia ao Procurador-Geral da República para que seja proposta uma ação penal contra o governador. Camasão afirma que a fala pode inferir em uma possível prática de racismo.

Segundo dados do último Censo, de 2022, dos 34.289 habitantes de Pomerode, 27.562 são brancos. Pretos e pardos representam menos de 20%.

Jorginho Mello, por sua vez, disse ser vítima de distorção: "Lamento a tentativa de um vereador do PSOL de distorcer o conteúdo de uma entrevista que concedi na abertura da Festa Pomerana, em Pomerode". O governador afirmou que tomará medidas judiciais. "Racismo é crime, e essa acusação não se aplica a mim. Até o próprio vereador sabe disso", finalizou.

Veja também