Pulitzer 2024 premia cobertura jornalística da guerra em Gaza e escritora mexicana
Reportagens sobre Elon Musk, trabalho infantil e incêndios na Califórnia também foram contemplados
Foram anunciados nesta segunda-feira (7), os vencedores do Pulitzer, um dos mais prestigiosos prêmios de jornalismo, artes e humanidades do mundo, concedido pela Universidade de Columbia, em Nova York. Mais uma vez, o jornalismo de guerra esteve em destaque. O troféu de Reportagem Internacional ficou com a equipe do jornal The New York Times, pela cobertura dos ataques terroristas do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, e da resposta militar do governo de Benjamin Netanyahu em Gaza. A agência de notícias Reuters levou o prêmio de Fotografia Urgente (Breaking News) pela mesma cobertura.
Também foram premiadas reportagens sobre trabalho infantil imigrante nos Estados Unidos, o desaparecimento de meninas e mulheres negras em Chicago e enchentes na Califórnia. O político russo Vladimir Kara-Murza, opositor do presidente Vladimir Putin, venceu na categoria Comentário pelos textos escritos uma prisão russa e publicados pelo jornal The Washington Post.
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Já nas categorias de artes e humanidades, foram premiados autores como o poeta americano Brandon Som e a escritora mexicana Cristina Rivera Garza, autora do livro de memórias “O invencível verão de Liliana”, publicado no Brasil pela Autêntica.
Confira abaixo os vencedores do Prêmio Pulitzer 2024:
Reportagem Urgente (Breaking News)
Equipe do Lookout Santa Cruz, pela cobertura de enchentes e deslizamentos de terra na Califórnia, que deixaram milhares de pessoas desalojadas.
Reportagem Investigativa
Hannah Dreier, do The New York Times, por uma série que revelou a extensão do trabalho infantil imigrante nos EUA.
Reportagem Explicativa
Sarah Stillman, do The New Yorker, por reportagem que abordou os níveis de confiança na Justiça americana.
Reportagens Locais
Sarah Conway, do City Bureau, e Trina Reynolds-Tyler, do Invisible Institute, por uma série de reportagens investigativas sobre o desaparecimento de meninas e mulheres negras em Chicago e a negligência e o racismo da força policial na cidade.
Reportagem Nacional
Equipe da Reuters, por uma série de reportagens sobre os negócios automobilísticos e aeroespaciais de Elon Musk. As publicações levaram a empresa de Musk a ser investigada na Europa e nos EUA.
Equipe do Washington Post, pela análise do rifle semiautomático AR-15, que mostrou aos leitores os estragos causados pela arma de fogo, usada com frequência em tiroteios em massa nos EUA.
Reportagem Internacional
Equipe do New York Times, pela cobertura dos ataques terroristas do Hamas e da resposta militar de Israel em Gaza.
Reportagem Especial
Katie Engelhart, colaboradora do The New York Times, por escrever sobre as lutas emocionais e na Justiça de uma família obrigada a lidar com a demência progressiva da matriarca.
Comentário
Vladimir Kara-Murza, colaborador do Washington Post, pelos textos escritos numa prisão russa sobre os riscos e consequências de se fazer oposição ao presidente Vladimir Putin.
Crítica
Justin Chang, do Los Angeles Times, por sua crítica do filme “Todos nós desconhecidos”, que propôs reflexões sobre a experiência cinematográfica contemporânea.
Editorial
David E. Hoffman, do The Washington Post, por uma série sobre as novas tecnologias e as táticas usadas por regimes autoritários para reprimir a dissidência na era digital.
Reportagens e Comentários Ilustrados
Medar de la Cruz, colaborador da revista The New Yorker, por uma história ambientada na penitenciária de Rikers Island, que humaniza tanto os prisioneiros como os carcereiros.
Fotografia Urgente (Breaking News)
Equipe de fotografia da Reuters, pela documentação do ataque terrorista do Hamas e das primeiras semanas da campanha militar de Israel em Gaza.
Fotografia de Destaque
Equipe de fotografia da Associated Press, pelos retratos da migração em massa da Colômbia até a fronteira dos EUA.
Reportagem em Áudio
Equipes do Invisible Institute e USG Audio, por uma série que revisitou um crime de ódio cometido em Chicago da década de 1990.
Serviço Público
Agência ProPublica (Joshua Kaplan, Justin Elliott, Brett Murphy, Alex Mierjeski e Kirsten Berg), por uma série que revelou como um pequeno grupo de bilionários politicamente influentes cortejou juízes com presentes de luxo e viagens. As reportagens pressionaram a Suprema Corte a adotar o seu primeiro código de conduta.
Livros, Teatro e Música
Teatro: “Primary Trust”, de Eboni Booth.
História: “No Right to an Honest Living: The Struggles of Boston's Black Workers in the Civil War Era”, de Jacqueline Jones.
Biografia: “Master Slave Husband Wife: An Epic Journey from Slavery to Freedom, de Ilyon Woo” (Simon & Schuster).
Memória ou Autobiografia: “O invencível verão de Liliana”, de Cristina Rivera Garza (publicado no Brasil pela Autêntica).
Poesia: “Tripas”, de Brandon Som.
Não-ficção Geral: “A Day in the Life of Abed Salama: Anatomy of a Jerusalem Tragedy”, de Nathan Thrall (Metropolitan Books).
Música: “Adágio (para Wadada Leo Smith)”, de Tyshawn Sorey.
Ficção: “Night Watch”, de Jayne Anne Phillips.