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Violência

'Puro ódio', diz delegada sobre assassinato de mulher trans na Várzea; adolescente será internado

Crismilly Pérola foi assassinada em 5 de julho; o corpo dela foi achado no rio Capibaribe

Delegada Euricélia Nogueira apresentou detalhes das investigações da morte de Crismilly PérolaDelegada Euricélia Nogueira apresentou detalhes das investigações da morte de Crismilly Pérola - Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

O assassinato da mulher trans Crismilly Pérola, 37 anos, foi um crime de "puro ódio", como classificou a titular da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH), a delegada Euricélia Nogueira, em entrevista coletiva de imprensa para detalhar as investigações, nesta segunda-feira (26).

A cabeleireira Piu-Piu, como era conhecida na Várzea, Zona Oeste do Recife, onde morava, foi morta em 5 de julho por um adolescente de 17 anos, apreendido na última sexta-feira (23). Segundo Euricélia, ele será primeiramente internado por 45 dias em uma instituição de ressocialização. Caso seja condenado, poderá passar até três anos apreendido. 

"Puro ódio. Quando você começa a questionar, não fica configurado tráfico de drogas, apesar de Piu-Piu ser usuária. O que fica configurado muito claramente é que o autor não gostava da vítima, não se sentia satisfeito ou não se sentia bem com a presença da vítima", detalhou Euricélia. 

Piu-Piu foi morta com um disparo de arma de fogo. O autor do homicídio tentou atirar mais vezes, segundo a delegada, mas a arma falhou. As investigações apontam que o adolescente tentou expulsar a cabeleireira de uma festa no bairro da Várzea.

"Ele teria determinado que ela saísse daquele local e a vítima teria dito 'quero ver quem vai me tirar aqui'. O suficiente para toda essa violência presenciada por algumas pessoas que estavam no local e todos presenciaram e [ficaram] assistindo à violência que Piu-Piu recebeu", acrescentou Euricélia.

A delegada detalhou a dinâmica do crime. Segundo Euricélia, os policiais identificaram no local diversas manchas de sangue, de arrastamento e uma pá suja. O corpo de Crismilly estava longe e foi jogado no rio Capibaribe.

"Durante a investigação, o que a gente pôde apurar foi que a vítima foi morta num local, com disparo de arma de fogo, foi agredida por instrumento contudente. Insatisfeito que a vítima continuava viva, a vítima foi arrastada por 20 metros e em seguida foi jogada no rio até de fato o autor confirmar a morte", continuou a delegada.

A arma usada para matar Piu-Piu não foi encontrada, segundo a delegada. O inquérito policial foi concluído. De acordo com a delegada, testemunhas e o autor serão escutados novamente.

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