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Putin diz que cereais ucranianos vão para UE e não para países pobres

Presidente russo alegou que exportações vão atender de forma prioritária países europeus

Presidente russo, Vladimir Putin Presidente russo, Vladimir Putin  - Foto: Pavel Byrkin / Sputnik / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira (7) que as exportações de cereais ucranianos vão, principalmente, para países europeus e não para países pobres, o que foi negado por Kiev.

Um centro em Istambul, na Turquia, que monitora o cumprimento do acordo apadrinhado pela ONU para facilitar estas exportações mostra que um terço dos cereais foi entregue a países europeus e 20% à Turquia.

Outros 30% chegaram a "países de renda baixa e média-baixa" do resto do mundo, segundo dados compilados por este centro.

Em um fórum econômico em Vladivostok, no extremo leste da Rússia, Putin assegurou que "quase todos os cereais exportados da Ucrânia são enviados não aos países em desenvolvimento e aos países mais pobres, mas a países da União Europeia".

"Isso poderia levar a uma catástrofe humanitária sem precedentes. Deveríamos, talvez, refletir sobre a forma de limitar as exportações de cereais e outros alimentos por essa via", acrescentou.

Putin disse que falará com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a respeito.

Em junho, Erdogan apadrinhou, juntamente com a ONU, um acordo para permitir as exportações de cereais ucranianos a partir do Mar Negro, que tinham ficado bloqueadas devido à ofensiva russa na Ucrânia.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmitro Kuleba, refutou as declarações de Putin e assegurou que "no total, dois terços dos barcos são enviados a Ásia, África e Oriente Médio".

Ele também destacou que a retomada das exportações ucranianas teve um efeito positivo na redução dos preços dos alimentos em agosto, como a queda em torno de 5% do trigo.

O acordo fechado em julho é válido por 120 dias e pode ser renovado automaticamente sem novas negociações, embora para isto seja necessária a assinatura de Moscou e Kiev. 

A Rússia se queixa há semanas de que vem enfrentando dificuldades para exportar seus próprios alimentos por causa das sanções ocidentais.

Os dados compilados pelo centro de Istambul e compartilhados com a AFP mostram que a Turquia recebeu a maior parte dos cereais (20%), seguida de Espanha (15%) e Egito (10%).

Mas grande parte das mercadorias que chegam à Turquia e a outros destinos é revendida a outros países segundo acordos comerciais que não são monitorados por este centro.

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