Logo Folha de Pernambuco

RÚSSIA

Putin encontrou-se com líder do Wagner 5 dias após motim fracassado, diz Kremlin

Realização de encontro de 3 horas, que também incluiu outros comandantes do Wagner, foi confirmado pelo governo russo nesta segunda (10)

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e líder mercenário Yevgeny Prigojin Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e líder mercenário Yevgeny Prigojin  - Foto: Pavel Bednyakov/Sputnik/AFP e reprodução

 

O presidente Vladimir Putin se reuniu com o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, na sede da Presidência da Rússia em 29 de junho, cinco dias após o motim abortado, anunciou o Kremlin nesta segunda-feira (10).

O encontro durou quase três horas, informou o porta-voz da Presidência, Dmitry Peskov. A reunião teve a presença de 35 pessoas, incluindo "todos os comandantes e diretores" do Grupo Wagner.

Putin fez sua "avaliação" das atividades do Grupo Wagner no front ucraniano e do motim de 24 de junho, quando Prigozhin anunciou que pretendia derrubar a cúpula militar russa.

O presidente russo "ouviu as explicações dos comandantes [do Grupo Wagner] e propôs alternativas" para o futuro, acrescentou o porta-voz.

"Os comandantes [do Wagner] apresentaram sua versão dos fatos. Reiteraram que são partidários incondicionais e soldados do chefe de Estado e comandante em chefe [Vladimir Putin] e afirmaram que estão dispostos a seguir lutando pela pátria", disse Peskov.

A Presidência russa reagiu assim a um artigo publicado na sexta-feira pelo jornal francês Libération, que, com base em fontes de inteligência do Ocidente, afirmava que Prigozhin estava retido no Kremlin, para onde foi convocado com seus principais comandantes.

A rebelião abortada do Grupo Wagner abalou o governo russo em meio ao conflito com a Ucrânia.

Durante várias horas, os combatentes do grupo ocuparam um quartel-general do Exército russo em Rostov-no-Don (sudoeste) e avançaram centenas de quilômetros rumo a Moscou.

A rebelião, que começou em 23 de junho, terminou na noite do dia seguinte com um acordo para que Prigozhin rumasse para Belarus, mas seu paradeiro exato é desconhecido.

O chefe do grupo de mercenários não faz declarações públicas desde 26 de junho.

Na última quinta-feira, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, garantiu que Prigozhin ainda estava "livre" na Rússia, apesar do acordo para enviá-lo a Belarus.

As autoridades russas haviam iniciado um procedimento judicial contra Prigozhin por "motim armado", mas o mesmo foi descartado poucos dias depois.

O destino dos combatentes do Grupo Wagner não está claro. Segundo Lukashenko, eles ainda estão em seus "destacamentos permanentes" no leste da Ucrânia.

Putin havia proposto aos soldados do Grupo Wagner que partissem para Belarus, ingressassem no exército regular russo ou retornassem para a vida civil.

Prigozhin assegurou que sua rebelião não tinha como objetivo derrubar Putin, mas salvar o Grupo Wagner de um desmantelamento promovido pelo Estado-Maior russo, cujos titulares ele acusou de incompetência durante meses nos combates na Ucrânia.

Seus dois inimigos, o ministro da Defesa Sergei Shoigu e o chefe do Estado-Maior Valeri Gerasimov, apenas reapareceram em público após a rebelião fracassada.

Nesta segunda-feira, Gerasimov fez sua primeira aparição pública desde o motim abortado do Grupo Wagner, que o acusava pessoalmente.

 

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter