Logo Folha de Pernambuco

TECNOLOGIA

Quais aplicativos chineses Trump quer proibir?

Dcreto assinado proíbe, dentro de 45 dias, qualquer transação com esses aplicativos, "de qualquer pessoa que dependa da jurisdição dos Estados Unidos"

O mandato de Donald Trump como presidente dos EUA se encerra em 15 diasO mandato de Donald Trump como presidente dos EUA se encerra em 15 dias - Foto: Andrew Caballero-Reynolds/AFP

A 15 dias do fim de seu mandato, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump intensificou a ofensiva contra a tecnologia chinesa, assinando um decreto contra oito aplicativos em nome da "segurança nacional". O decreto assinado na terça-feira (5) proíbe, dentro de 45 dias, qualquer transação com esses aplicativos, "de qualquer pessoa que dependa da jurisdição dos Estados Unidos".

Esta é uma nova ofensiva na rivalidade tecnológica com a China, cujos aplicativos inovadores agora têm ambições mundiais. 

Pequim vigia de perto a internet e bloqueia os sites considerados politicamente sensíveis. Este sistema, apelidado "grande firewall" (alusão à grande muralha da China) contribuiu para o surgimento de campeões digitais chineses, na ausência de concorrentes americanos - como Google, Facebook ou Twitter - bloqueados em seu território.

Mesmo que alguns dos oito aplicativos sejam populares no exterior, outros são usados principalmente pelos chineses.

WeChat Pay, simples como um scanner
É um serviço de pagamento imprescindível na China, que substitui cada vez mais o uso de dinheiro. Esta "bolsa" eletrônica faz parte do WeChat (grupo Tencent), o e-mail mais utilizado pelos chineses.  

Até nos lugares mais remotos, inclusive nos mercados para pagar pequenas quantias, os chineses usam o WeChat Pay.

As transações são feitas escaneando um código QR com o celular, e também é possível transferir dinheiro para seus contatos.

O WeChat possui 1,2 bilhão de usuários ativos. Apesar de majoritariamente chinês, o aplicativo também está disponível em quase 20 idiomas.

QQ, mais que o MSN chinês
Assim como o WeChat, o QQ pertence ao gigante Tencent. Lançado em 1999, este aplicativo foi a primeira plataforma de e-mail de sucesso no país.  

O programa se baseava em grande parte no MSN Messenger, da americana Microsoft. O QQ é, de certa forma, o ancestral do WeChat, que foi desenvolvido depois especificamente para smartphones.

O QQ, que também possui um serviço de e-mail, se adaptou desde então à era digital (videoconferências, plataforma de pagamentos QQ Wallet).

O aplicativo continua popular na China no âmbito profissional, com mais 768 milhões de usuários ativos - a maioria chineses.

Alipay, mais forte que PayPal
Alipay, propriedade do gigante do comércio online Alibaba, fundada pelo bilionário Jack Ma, é a maior plataforma de pagamento do mundo. 

Assim como o WeChat Pay, seu principal concorrente na China, o Alipay permite pagar suas compras por um aplicativo de celular com códigos QR.

Presente em mais de 80 milhões de lojas, este sistema é usado todo mês por mais de 700 milhões de pessoas, de acordo com os números da empresa. 

O Alipay declara um volume anual de transações que supera os 118 trilhões de yuanes (cerca de 17,7 trilhões de dólares, 14,4 trilhões de euros), cinco vezes mais que a gigante americana PayPal.

CamScanner, especialista da digitalização
Digitalizar documentos com o celular, converter os elementos de uma foto em texto ou "limpar" os documentos escaneados para convertê-los em arquivos de alta resolução: o CamScanner oferece uma série de ferramentas de exploração e soluções para o armazenamento e troca de arquivos.

O CamScanner é desenvolvido pela chinesa INTSIG, especializada em tecnologias de reconhecimento (facial, vocal e documentos de identidade), com mais de 300 milhões de usuários em todo o mundo.

Em 2019, o desenvolvedor russo de antivírus Kaspersky encontrou um malware no CamScanner. A Índia proibiu o aplicativo no ano passado em nome da segurança, junto com outros 200 aplicativos chineses.

VMate, clone do TikTok
O aplicativo permite, assim como o TikTok - que conquistou os adolescentes de todo o mundo antes de estar também na mira dos Estados Unidos -, criar e compartilhar vídeos curtos de danças ou músicas com playback.

Lançado em 2017 com o apoio do Alibaba, destinado ao enorme mercado indiano, o VMate é muito popular na Índia, mas agora também está na lista dos aplicativos chineses proibidos no país.

SHAREit, compartilhar sem limites
Filmes, fotos, música e até documentos de texto. O SHAREit é um aplicativo de conteúdos compartilhados que aceita todo tipo e tamanho de arquivos.

É possível compartilhar rapidamente arquivos pesados em qualquer tipo de dispositivo (smartphones, computadores ou tablets) sem precisar de conexão com internet e conservando a qualidade original.

A principal vantagem do aplicativo é a confidencialidade das trocas, que a princípio não podem ser interceptadas por um terceiro.

O SHAREit, disponível em 45 idiomas, conta com 1,8 bilhão de usuários distribuídos em 200 países e regiões.

WPS Office, alternativa da Microsoft
É a alternativa chinesa ao popular programa 'Office' da Microsoft (Word, Excel). Fundada em 1989, a empresa de cerca de 2.000 funcionários possui mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo e filiais nos Estados Unidos e Singapura.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter