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EUA

Quais medidas econômicas esperar se Donald Trump for eleito presidente dos EUA?

Questões econômicas podem ser o centro da sua campanha, assim como em 2020

Trump em campanhaTrump em campanha - Foto: Christian Monterrosa/AFP

Donald Trump fez da economia um argumento de sua campanha em 2020. Continuará sendo uma questão importante este ano, uma vez que a inflação e as altas taxas de juros continuam no centro das preocupações dos americanos.

Aqui estão três medidas que provavelmente estarão entre suas prioridades econômicas, se retornar à Casa Branca:

Tarifas e a guerra comercial com a China 
"Quando as empresas chegam e vendem seus produtos nos Estados Unidos, deveriam pagar automaticamente, digamos, 10%", declarou o ex-presidente à Fox Business em agosto.

A receita fiscal "seria usada para pagar a dívida", acrescentou, em uma entrevista ao seu ex-conselheiro econômico Larry Kudlow.

De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), as tarifas sobre mercadorias que entram nos EUA estão atualmente em uma média de 3,4%, com disparidades de acordo com o produto e país de origem.

Não se sabe, contudo, se essa "tarifa universal de 10%" substituiria, ou seria somada à já existente.

Esta "guerra comercial" seria o primeiro "elemento essencial" da política econômica de Trump, explicou o vice-presidente do Peterson Institute for International Economics (PIIE), Marcus Noland, em uma entrevista à AFP.

Sua preocupação é que isso "enfraqueça ainda mais o sistema de comércio internacional" e "prejudique ainda mais a OMC".

Com consumidores lutando contra a inflação, os aumentos tarifários poderão elevar o preço dos bens importados. A China, em particular, deverá permanecer na mira do ex-presidente.

"Há muitas incógnitas", mas "Trump parece ter-se concentrado na guerra comercial com a China", disse à AFP Steven Hamilton, professor da Universidade George Washington.

Redução de impostos 
Uma das principais medidas do primeiro mandato do republicano foi reduzir os impostos para muitas famílias e grandes empresas. Mas esta reforma expira em 2025.

"Na minha opinião, a prioridade econômica, se for eleito, seria consolidar esta reforma fiscal e desenvolvê-la", analisou Richard Stern, diretor da Heritage Foundation, um "think tank" de tendência republicana e muito proeminente durante o governo Trump.

Para Ben Ritz, diretor do Center for Funding America's Future - entidade que promove a responsabilidade fiscal -, "as peças centrais da agenda econômica de Trump serão as guerras comerciais e as reduções de impostos".

Segundo ele, o magnata "dirá que isso coloca dinheiro no bolso dos americanos", mas, "na realidade, apenas aumentará a nossa dívida, o custo dos empréstimos, os custos para os consumidores e provavelmente irá nos isolar internacionalmente de nossos aliados", alerta.

Indústrias verdes em risco 
Os veículos elétricos e os painéis solares correm o risco de perder seu brilho com Trump como presidente.

A Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês), aprovada em 2022, destinará US$ 370 bilhões (R$ 1,8 trilhão na cotação atual) para energias limpas. É "provavelmente a maior iniciativa de (Joe) Biden", observa Hamilton.

Trump está decidido a reduzi-la e a "maximizar a produção de combustíveis fósseis", afirmaram assessores do republicano ao Financial Times em novembro.

Para Ritz, isso "sufocará" uma indústria de tecnologia verde em franca expansão, "que a IRA foi concebida para estimular".

Pelo lado conservador, contudo, a decisão parece justificada: "se sua motivação é tentar lutar contra a mudança climática, o correto é se livrar do IRA", segundo Stern, que acredita que o plano "desperdiçará" dinheiro público e privado para apoiar "tecnologias que já sabemos que não resolverão o problema".

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