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Qual seria o impacto do programa econômico de Donald Trump nos EUA?

O magnata propõe, inclusive, um aumento geral das tarifas sobre todas as importações

O ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump fala durante um comício de campanha no sul do BronxO ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump fala durante um comício de campanha no sul do Bronx - Foto: Jim Watson/AFP

Depois de um primeiro governo marcado por fortes reduções de impostos e aumentos de tarifas sobre produtos importados da China, o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, quer seguir novamente por este caminho.

O magnata propõe, inclusive, um aumento geral das tarifas sobre todas as importações, no âmbito de programa econômico que traz riscos para um país que já enfrenta uma inflação persistente e um elevado nível de endividamento.

Os custos para os consumidores, segundo alguns analistas, poderão chegar a 500 bilhões de dólares (R$ 2,57 trilhões) adicionais por ano, e novos cortes de impostos tendem a aumentar o déficit das contas públicas.

Quais são as propostas econômicas de Donald Trump e suas consequências potenciais?
 

- Qual é a estratégia de Trump? -
A estratégia do ex-presidente pode ser resumida em uma receita: reduzir os impostos e financiar esta redução fiscal com um aumento geral das tarifas sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos.

Para Trump, um “grande defensor” das tarifas alfandegárias, estes impostos podem permitir o combate a “países que tentam tirar vantagem” dos Estados Unidos, como a China, aponta. O mecanismo pode estabelecer uma base de negociação com outros Estados.

As tarifas alfandegárias sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos passariam para 10% e, no caso de alguns deles, especialmente chineses, poderiam chegar a 60%.

De acordo com o Departamento de Comércio, os Estados Unidos importaram mais de 3,8 bilhões de dólares (R$ 19,5 bilhões) em bens e serviços em 2023. Com o dinheiro obtido, Trump financiou um "amplo corte de impostos para a classe média, a classe alta, a classe baixa, a classe empresarial”.

Embora não se saibam os detalhes, a ideia seria estender o corte de impostos do seu primeiro mandato, prolongando medidas que expiram em 2025.

- Qual impacto teria sobre os americanos?
Segundo Trump, a redução de impostos compensará o aumento do preço de alguns bens afetados por tarifas mais altas, especialmente produtos de consumo de massa.

Os aumentos planejados nas tarifas alfandegárias representariam um custo extra anual de US$ 1.500 (R$ 7,7 mil) por família, de acordo com o Center for Americans, um centro de estudos de Washington. Para a Oxford Economics, esta política significaria um aumento de 0,6 ponto percentual na inflação.

Os impostos sobre o consumo, sejam eles o IVA ou as tarifas alfandegárias, geralmente incidem mais duramente sobre as famílias de renda mais baixa, cujas despesas inevitáveis consomem parte mais significativa de sua renda do que a das famílias mais ricas.

Para o Peterson Institute for International Economics(PIIE), os 20% da população com renda mais baixa tiveram 3,7% menos poder de compra, em comparação com um aumento de 1,4% para o 1% dos americanos mais ricos.

- Qual seria o impacto sobre as finanças públicas?
De acordo com um relatório do Gabinete de Controle Orçamentário do Congresso (CBO), o corte de impostos proposto por Trump poderá aumentar o déficit fiscal em 4,6 bilhões de dólares (R$ 23,7 bilhões).

Estes dados significam que, se o plano do republicano se concretizar, as autoridades deverão encontrar uma forma de conter o prejuízo nas contas públicas, por exemplo, cortando os gastos.

Em um relatório publicado em meados de março, a unidade de investigação da segurança Allianz afirma que "um novo corte de impostos (ou aumento do gasto público) financiado pela dívida poderia contribuir para a inflação e o estímulo às preocupações do mercado sobre a sustentabilidade da dívida dos EUA".

Para o Instituto Peterson, as propostas do republicano são específicas de um "sério risco para a segurança nacional".

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