Protestos

Quarto trabalhador morre em protestos salariais em Bangladesh

As 3.500 fábricas de confecção de Bangladesh representam cerca de 85% dos US$ 55 bilhões em exportações anuais do país e trabalham para muitas das principais marcas do mundo, como Levi's, Zara e H&M

Protesto de trabalhadores por aumento de salário em BangladeshProtesto de trabalhadores por aumento de salário em Bangladesh - Foto: ABDUL GONI / AFP

Um trabalhador têxtil morreu em Bangladesh, devido aos ferimentos sofridos no início deste mês em uma manifestação por melhores salários, informou a polícia neste domingo (12), elevando para quatro o número de mortes desde a deflagração do movimento.

Nas últimas semanas, o país foi abalado por sua pior revolta social em uma década, com dezenas de milhares de trabalhadores enfrentando a polícia para exigir que o salário mínimo fosse triplicado para 23.000 takas (US$ 206, ou R$ 1.011 na cotação atual).

Jalal Udin, um trabalhador têxtil de 42 anos, ficou ferido em confrontos com a polícia no início deste mês em Gazipur, ao norte de Daca, e morreu no sábado.

O cunhado de Udin, Rezaul Karim, disse à imprensa que o trabalhador foi baleado com uma escopeta e levado para Daca para tratamento.

A comissão do salário mínimo do setor têxtil propôs esta semana um aumento de 56,25% no salário-base mensal dos quatro milhões de trabalhadores do setor, elevando-o para 12.500 takas (US$ 113, ou R$ 555,96 na cotação atual), um valor considerado "ridículo" e imediatamente rejeitado pelos sindicatos.

Desde esta oferta, os protestos se intensificaram, e pelo menos 70 fábricas foram danificadas.

Novos protestos foram relatados na manhã deste domingo no distrito de Mirpur, ao norte de Daca, onde mais de 10.000 trabalhadores abandonaram o trabalho, e ao menos nove fábricas fecharam durante o dia.

As 3.500 fábricas de confecção de Bangladesh representam cerca de 85% dos US$ 55 bilhões (R$ 270 bilhões na cotação atual) em exportações anuais do país e trabalham para muitas das principais marcas do mundo, como Levi's, Zara e H&M. As condições de trabalho de grande parte dos quatro milhões de trabalhadores do setor, a grande maioria mulheres, são desastrosas.

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter