FOME

Quase 5 milhões de pessoas correm risco de ''insegurança alimentar catastrófica'' no Sudão (ONU)

A ONU reivindicou nesta sexta-feira "um acesso sem travas" para o pessoal humanitário no Sudão

Mulher caminha com sacos de pão por uma rua em Cartum, capital do Sudão Mulher caminha com sacos de pão por uma rua em Cartum, capital do Sudão  - Foto: AFP

Cerca de 5 milhões de pessoas correm o risco de entrar em uma "insegurança alimentar catastrófica" nos próximos meses no Sudão, após um ano de guerra entre generais rivais, segundo um documento da ONU ao qual a AFP teve acesso nesta sexta-feira (15).

"Sem ajuda humanitária urgente e acesso aos produtos de base", cerca de 5 milhões de sudaneses, que já se encontram em emergência alimentar, poderiam "entrar em uma insegurança alimentar catastrófica nos próximos meses", advertiu o chefe do Escritório de Operações Humanitárias da ONU, Martin Griffiths, em uma nota enviada ao Conselho de Segurança.

A ONU reivindicou nesta sexta-feira "um acesso sem travas" para o pessoal humanitário no Sudão com o objetivo de "chegar às pessoas necessitadas", em particular nas "linhas de frente".

O último relatório sobre insegurança alimentar (IPC) estimava em 4,9 milhões o número de pessoas em fase 4 (emergência) no Sudão, entre elas, mais de 300.000 em Darfur Central e mais de 400.000 em Darfur Ocidental. Mas nenhuma foi classificada como fase 5, "fome".

Não obstante, dos 2,7 bilhões de dólares (R$ 13,5 bilhões) que são necessários para o plano humanitário da organização para este país africano, apenas foram recebidos menos de 5%.

No início de março, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) já havia alertado: a guerra "poderia criar a maior crise de fome do mundo" em um país que já sofre a maior crise de deslocamento populacional do planeta.

Em todo o Sudão, 18 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar aguda - das quais cinco milhões alcançaram a fase final antes da inanição - e mal conseguem receber ajuda humanitária, que se vê dificultada pelos obstáculos à circulação e pela grave escassez de recursos, segundo o PMA.

Os combates deixaram milhares de mortos e mais de oito milhões de deslocados, segundo a ONU.

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