Quase 80% dos desempregados na França usam IA para procurar trabalho
Os desempregados entrevistados usam a ferramenta para "melhorar a qualidade das suas candidaturas"
Ao menos 77% dos desempregados na França já usaram Inteligência Artificial (IA) no processo de busca por emprego, como ajuda para escrever um currículo ou simular uma entrevista, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (23).
Segundo o Observatório de IA e Emprego, as mulheres (79%) usam mais a IA do que os homens (74%), e seu uso é praticamente o mesmo independentemente do nível de escolaridade do candidato.
Os desempregados entrevistados usam a ferramenta para "melhorar a qualidade das suas candidaturas", seja por meio da elaboração de currículos ou cartas de motivação (40%), para ter acesso a mais ofertas (33%), para identificar melhor as suas competências (29%) e para se preparar para entrevistas (19%).
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Este último foi o caso de Elodie Germain, que depois de ser empresária "durante oito anos", teve que se "requalificar" em meados de 2024 e "voltar ao mercado de trabalho": "Nunca tinha ido a uma entrevista de emprego, por isso disse a mim mesma: Por que não usar IA?".
"Forneci uma descrição do cargo, enviei meu currículo e perguntei: 'Com base nessas informações, você pode simular uma entrevista?'", disse a mulher, de 46 anos, à AFP, acrescentando que isso "lhe deu confiança" e a ajudou a conseguir um emprego.
Embora os entrevistados no estudo considerem que estas ferramentas lhes permitem "poupar tempo", 40% manifestam preocupação ou reservas quanto à "falta de relações humanas" (55%) ou aos riscos para a "confidencialidade e segurança dos dados" (47%).
O Observatório, fundado pelas associações Diversidays e Konexio com o apoio do serviço francês de busca de empregos France Travail e do Google.org, realizou uma pesquisa online entre 15 e 28 de outubro, da qual participaram 5.300 pessoas.