Guerra

Quatro aspectos-chave sobre os rebeldes huthis do Iêmen

Grupo conta com o apoio do Irã, potência regional e inimiga de Israel e da Arábia Saudita

Houthis divulgaram em novembro vídeo que mostraria rebeldes tomando controle de embarcação no sul do Mar Vermelho Houthis divulgaram em novembro vídeo que mostraria rebeldes tomando controle de embarcação no sul do Mar Vermelho  - Foto: Reprodução

Os huthis, apoiados pelo Irã, controlam cerca de um terço do Iêmen e contam com uma força experiente e bem treinada. Veja quatro aspectos importantes sobre estes rebeldes atacados pelos Estados Unidos e Reino Unido, que os acusam de colocar em risco a navegação no Mar Vermelho.

Apoio do Irã
Os huthis contam com o apoio do Irã, potência regional e inimiga de Israel e da Arábia Saudita.

Os rebeldes iemenitas fazem parte do chamado "eixo de resistência", um conceito que inclui movimentos anti-israelenses da região, como o Hamas palestino e o Hezbollah libanês, passando por grupos do Iraque e Síria.

Pouco depois do início da guerra entre o Hamas e Israel em 7 de outubro, após o ataque sem precedentes do movimento islamista palestino em solo israelense, os huthis multiplicaram os ataques na região costeira do Iêmen contra navios comerciais que, segundo eles, estavam associados a interesses israelenses.

Esta seria uma forma de apoiar os palestinos de Gaza, constantemente bombardeados por Israel.

Os Estados Unidos decidiram posicionar navios de guerra no Mar Vermelho e lançar uma força internacional para garantir a segurança nesta área por onde passa cerca de 12% do comércio mundial. Simultaneamente, acusa o Irã de encorajar estes ataques, o que Teerã nega.

Mais de 200 mil homens
Há anos com uma força estimada em pelo menos 200 mil homens, os huthis são bem treinados e familiarizados com combates em áreas montanhosas e de difícil acesso no Iêmen.

Após tomarem a capital Sanaa em 2014, ocuparam áreas maiores do país, o mais pobre da península arábica.

Seus mísseis de longo alcance e drones, desenvolvidos com tecnologia iraniana — segundo seus adversários —, são considerados uma grave ameaça para seus vizinhos do Golfo.

No passado, os huthis atacaram a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, integrantes de uma coalizão militar que apoia o governo iemenita contra os rebeldes desde 2015.

Após enfrentá-los há mais de oito anos, Riade iniciou diálogos com o grupo rebelde no ano passado, com a esperança de colocar fim a um longo conflito que devastou o país e causou uma grave questão humanitária.

Popularidade
Apesar da morte de milhares de combatentes, o grupo rebelde segue atraindo jovens recrutas no país de mais de 30 milhões de habitantes, que vive uma das piores crises humanitárias do planeta.

Ao declarar que estão atacando Israel e seu aliado americano em solidariedade aos palestinos de Gaza, os huthis ganharam visibilidade e fixaram sua base popular no Iêmen, além de também contarem com o apoio na região do Oriente Médio, explicam especialistas.

Fator xiita
Procedentes do norte, os huthis se constituíram como um movimento na década de 1990, para lutar contra a marginalização de sua comunidade religiosa, os zaidistas, uma corrente do islamismo xiita neste país de maioria sunita.

Os zaidistas viveram o seu apogeu no norte do Iêmen com a instauração de um imamato (um regime político liderado por um imã) no século IX, que durou até o século XX.

Nos territórios que controlam, os huthis impuseram normas sociais e religiosas muito rigorosas, que dizem respeito particularmente às mulheres.

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