"Que não haja atropelos nem fake news", diz irmã de Diego Bomfim sobre morte do médico
"A gente não sabe se ele foi morto por ser irmão da Sâmia, ou se foi morto por estar no lugar errado, na hora errada", disse Dayane Bomfim, que pediu respeito a dor da família e investigação sobre o caso
"Deus me deu esse presente, que eu pude conviver", disse emocionada Antônia Bomfim, mãe de Diego Ralf de Souza Bomfim, antes do velório do filho, que foi uma das vítimas do ataque a tiros num quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O corpo do ortopedista de 35 anos chegou à Casa de Velório Athia, em Presidente Prudente (SP), na manhã desta sexta-feira.
O médico era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que chegou ao velório pouco antes do corpo do irmão. O enterro será neste sábado, a partir das 9h, no Cemitério Campal, também em Presidente Prudente.
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Irmã do ortopedista, Dayane Raquel de Souza Bomfim declarou ao Globo que seu irmão "era uma pessoa muito boa, um menino alegre, extrovertido, inteligente, carinhoso" e que "estava na melhor fase da vida dele". Ela ainda disse que a família está arrasada e pediu que "não haja mentiras nem fake news" nas apurações sobre o crime, destacando que ainda não é possível saber se ele foi morto por ser irmão de uma deputada ou não.
— Que sejam apuradas e que a verdade seja esclarecida. Que não haja atropelos, nem mentiras, nem fake news. A gente confia na apuração conjunta da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. A gente sabe que esses três entes juntos vão fazer uma boa investigação — destacou Dayane — Que exista um pouco de humanidade na população brasileira, que todos se coloquem no papel do meu pai e da minha mãe, que estão sofrendo muito uma dor insuportável de uma morte trágica e brutal. A gente não sabe se ele foi morto por ser irmão da Sâmia, ou se ele foi morto por estar no lugar errado, na hora errada e com a pessoa errada ou qualquer outra hipótese. Mas o importante é que as pessoas tenham humanidade. A gente só pede oração e que respeitem a nossa dor e o nosso luto.
A mãe de Diego afirmou que ele era um rapaz que exalava generosidade e que era amigo de todos. Antônia falou rapidamente com a imprensa e agradeceu ao apoio e mensagens de carinho.
— Não tinha uma vez que o Diego viesse a Prudente que ele não me dava um abraço e falava 'Obrigada por tudo. Amo vocês todas' — relembrou.
A mãe de Diego ainda recordou a conquista do filho ao se formar em medicina, com o apoio de financiamento estudantil.
— Conseguimos! Eu tinha medo de não conseguir, mas ele realizou o desejo dele. Depois ele se especializou em pé e tornozelo. Todos os cursos possíveis que ele pode fazer, ele fez.
Um de três irmãos, Diego tinha 35 anos, tinha uma namorada e tinha planos para se casar em breve. Sem filhos, ele se formou em medicina na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) em Presidente Prudente, com auxílio do FIES. Realizou o dele se especializar em ortopedia, em pé e tornozelo, e em reconstrução.
Entre as personalidades presentes no velório, estavam o deputado federal Orlando Silva (PCdoB), a deputada estadual de São Paulo Mônica Seixas (PSOL) e a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS).