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Fertilidade

Queda da fertilidade tende a se acentuar no mundo, aponta estudo

O estudo baseia-se em dados do Global Burden of Disease

GravidezGravidez - Foto: Arthur de Souza

A fertilidade na maioria dos países é insuficiente para manter a população, apontou um estudo publicado nesta quarta-feira (20), prevendo um agravamento desse fenômeno no mundo e maiores desequilíbrios entre regiões.

"A fertilidade está em declínio no mundo", resume o trabalho publicado na revista científica The Lancet, que observa que mais da metade dos países apresenta uma taxa de fertilidade muito baixa para manter seu nível populacional.

E "no futuro, as taxas de fertilidade continuarão em declínio no mundo", acrescentou.

O estudo baseia-se em dados do Global Burden of Disease, um programa financiado pela fundação norte-americana Bill & Melinda Gates que busca reunir dados de saúde da maioria dos países.

Os pesquisadores também tentaram calcular a evolução das taxas de fertilidade com base em várias variáveis, como os níveis educacionais ou a mortalidade infantil.

Segundo essas estimativas, até 2050, três em cada quatro países terão uma taxa de fertilidade insuficiente para garantir a substituição demográfica. E antes do final do século, a maioria dos países enfrentará esse problema.

Os pesquisadores preveem que a população de países com menores rendimentos continuará a aumentar por um longo período, especialmente na África subsaariana, e que diminuirá nos países desenvolvidos.

Esse desequilíbrio pode ter "consequências consideráveis nos planos econômico e social", alertaram.

Especialistas da Organização Mundial da Saúde também alertam, na mesma edição da revista, para serem prudentes com as previsões feitas por este estudo e criticam várias decisões metodológicas, especialmente a pouca confiabilidade dos dados disponíveis em alguns países de menores rendimentos.

"É preciso priorizar os matizes e não o sensacionalismo ao falar sobre a queda das taxas de fertilidade", alertaram.

Também apontam que esse fenômeno tem aspectos positivos (ambientais ou alimentares), mas também negativos para os sistemas de aposentadoria ou o emprego, portanto, não há "uma forma evidente" de agir a respeito.

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