Queda de ponte em Baltimore: FBI investiga se tripulação de navio sabia de falhas técnicas
Após desabamento de ponte, reabertura do porto deve levar tempo, diz governador: Nem dias, nem semanas
O FBI abriu uma investigação criminal para apurar se a tripulação do navio Dali, que colidiu e derrubou a ponte Francis Scott Key, em Baltimore, nos Estados Unidos, já sabia das falhas técnicas da embarcação ao deixar o porto, antes do incidente, revelaram fontes oficiais à imprensa americana nesta segunda-feira.
A ponte Francis Scott Key, utilizada diariamente por dezenas de milhares de veículos, desabou no rio Patapsco como um castelo de cartas, após o navio porta-contêineres colidir com ela. Como resultado, seis trabalhadores, todos latino-americanos, morreram. A entrada para o porto de Baltimore ficou bloqueada.
A estrutura derrubada tinha 2,6 km de comprimento e quatro pistas.
As autoridades do porto americano de Baltimore, em Maryland, anunciaram no início deste mês, a criação de um corredor temporário de navegação removendo parte dos escombros.
O objetivo da iniciativa é permitir a passagem das embarcações consideradas "essenciais" para as atividades do terminal no estado de Maryland (leste dos Estados Unidos).
Em um comunicado, as autoridades federais dos Estados Unidos, as de Maryland e as da cidade de Baltimore esclareceram que este primeiro passo seria uma etapa em direção à normalização do tráfego marítimo neste porto, um dos principais do país.
Inicialmente, os navios maiores não poderão passar e o corredor servirá principalmente para os barcos "envolvidos nas operações" do porto e em operações de socorro.
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"No começo, não será largo o suficiente para permitir a passagem de navios cargueiros" afirmou Carmen Caver, porta-voz da guarda costeira, que disse que não há um cronograma para o avanço das obras de normalização do fluxo marítimo.
O canal provisório deverá estar operacional nesta segunda-feira, acrescentou outra porta-voz, Kimberly Reaves.
O porto de Baltimore é o principal da costa leste dos Estados Unidos e o nono mais importante do país tanto pelo volume de carga estrangeira que movimenta quanto pelo valor da mesma.
Desabamento da ponte
A ponte Francis Scott Key, inaugurada em 1977, cruza o rio Patapsco, na região do porto de Baltimore, e é uma importante via local. Mais de 12,4 milhões de veículos cruzaram a ponte em 2023, segundo um relatório do governo do estadual. Quando a estrutura foi inaugurada, o New York Times informou que os custos de construção totalizaram US$ 141 milhões, o que equivale a cerca de US$ 735 milhões (R$ 3,6 bilhões) em valores atuais.
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Ao menos 20 pessoas estão desaparecidas após ponte ser atingida por navio e desabar em Baltimore
Quando a ponte de Baltimore desmoronou?
A estrutura colapsou por volta da 01h30 (02h30 em Brasília), quando um navio-cargueiro de cerca de 300 metros de comprimento, carregado de contêineres, chocou-se contra um dos pilares de apoio centrais da ponte, provocando uma reação em cadeia. De acordo com uma declaração de Richard Worley, comissário de polícia de Baltimore, não há indicação de que a colisão tenha sido intencional.
De acordo com o governador de Maryland, a tripulação do navio enviou um pedido de socorro antes do choque contra a estrutura. Fontes ouvidas pelo New York Times afirmam que a embarcação relatou perda de propulsão por um problema elétrico antes da batida.
"Estamos gratos por, entre o 'mayday' e o colapso, termos tido funcionários que foram capazes de começar a parar o fluxo de tráfego para que mais carros não estivessem na ponte", disse Moore.
Como é o navio que colidiu contra a Ponte de Baltimore?
Antes de iniciar a viagem, o Dali retornou do Panamá aos EUA em 19 de março, ancorando em Nova York. Chegou então no sábado a Baltimore, onde passou dois dias no porto. A Maersk, gigante da navegação, disse em comunicado que transportava carga da empresa. A embarcação era operada pela Synergy Group.
De acordo com um comunicado emitido pelos proprietários do navio, a Grace Ocean Investment, a embarcação tinha dois timoreiros a bordo. Não está claro o total de tripulantes, mas todos foram contabilizados, segundo a empresa.