Queda sem precedentes das emissões de CO2 devido à covid-19
confinamento provocou uma redução drástica das emissões relacionadas aos transportes, à aviação e energia, segundo pesquisadores, que publicou seu estudo na revista Nature Communications
As restrições da pandemia de covid-19 provocaram uma queda inédita das emissões de CO2 no primeiro semestre de 2020, maior inclusive do que as registradas durante a crise financeira de 2008 e a Segunda Guerra Mundial, informou nesta quarta-feira (14) um grupo internacional de pesquisadores.
O confinamento provocou uma redução drástica das emissões relacionadas aos transportes, à aviação e energia, segundo esta equipe, que publicou seu estudo na revista Nature Communications.
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Com base em dados da produção elétrica, do tráfego rodoviário em mais de 400 cidades do mundo, do número de voos e também sobre produção e consumo, os pesquisadores concluíram que é a maior queda de emissões da história recente.
Mas também destacaram que as emissões voltaram a subir para seus níveis habituais em julho de 2020, quando a maioria dos países flexibilizou as restrições.
No primeiro semestre, as emissões de CO2 derivadas do transporte caíram 40%, as da produção de energia 22% e as da indústria, 17%.
As associadas à habitação diminuíram 3%, apesar do teletrabalho em massa. Os cientistas atribuem esta queda a um inverno (hemisfério norte) suave incomum, que limitou a necessidade de usar aquecedores.
O Acordo de Paris de 2015 prevê limitar o aumento da temperatura global para abaixo dos 2 ºC e inclusive para 1,5 ºC, comparado com o período pré-industrial. Para cumprir este objetivo, seria preciso reduzir as emissões de gases de efeito estufa de 7,6% anualmente entre 2020 e 2030, segundo a ONU.
"Embora a queda das emissões de CO2 seja sem precedentes, a resposta [a longo prazo] não pode ser a redução das atividades humanas", afirmou o co-autor do estudo Hans Joachim Schellnhuber, do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK). "Precisamos de mudanças estruturais e da transformação de nossos sistemas de produção de energia e de consumo".