Queiroga rebate Doria e diz que não há recomendação para aplicar quarta dose em toda a população
Pasta avalia o tema junto à equipe técnica
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, rebateu, nesta quinta-feira (10), a possibilidade de São Paulo aplicar uma quarta dose de vacina contra a Covid-19 em idosos. Para o cardiologista, faltam evidencias científicas no momento para justificar a decisão.
Técnicos que assessoram a pasta avaliam ampliar a quarta dose, atualmente restrita a imunossuprimidos, para idosos e profissionais de saúde. Ainda não há previsão de quando a decisão deve sair.
"O ministério não recomendou (para toda a população) por não haver evidências científicas nesse sentido ainda. Foi autorizada para os adolescentes imunocomprometidos. É mais importante avançar na dose de reforço", afirmou Queiroga.
Leia também
• Casos de covid-19 chegam a 26,9 milhões no Brasil
• Covid nas Américas: casos diminuem e mortes aumentam
• Câmara técnica discute possibilidade de ampliar quarta dose para idosos e profissionais de saúde
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que avalia adotar a quarta dose para idosos. Botucatu, no interior paulista, já iniciou a aplicação na faixa etária a partir de 70 anos, numa decisão inédita.
Queiroga, contudo, evitou tecer críticas diretamente ao tucano. Na quarta-feira, o ministro disse que Doria “interferia” em decisões do ministério ao fazer o anúncio:
"O governador de São Paulo e outros chefes do Executivo, seja de estado ou de município, muitas vezes, interferem no processo decisório a respeito da imunização. Às vezes, são interferências oportunas, mas essas questões devem ser discutidas no âmbito do Ministério da Saúde, que é quem lidera esse processo, até porque é quem tem a obrigação de garantir aos brasileiros esse direito", declarou na Câmara dos Deputados. "Se cada um quiser seguir de uma forma, o que vai acontecer?", completou.