ORIENTE MÉDIO

Quem é Ibrahim Aqil, comandante do Hezbollah morto em ataque de Israel a Beirute

Combatente é designado pelos EUA como 'Terrorista Global'

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Ibrahim Aqil, comandante da força al-Radwan, a unidade de elite do movimento xiita libanês Hezbollah, foi morto em um ataque lançado pelo Exército israelense contra a capital do Líbano, Beirute, nesta sexta-feira (20).

O combatente estava entre os milhares de feridos na explosão simultânea de pagers na última terça-feira (17) e teria deixado o hospital nesta sexta-feira (20), segundo a agência de notícias alemã DPA. Sua morte foi anunciada por uma fonte próxima do grupo à AFP e pelo Canal 12 israelense.

Aqil era chefe de operações especiais e membro do Conselho da Jihad, o principal órgão militar da organização libanesa.

Segundo o programa americano Recompensas pela Justiça, do Departamento de Estado, Aqil, também conhecido como Tahsin, era um membro importante na Organização Jihad Islâmica, ou Unit 910, responsável por organizar ataques terroristas no exterior.

Ele era o segundo em comando nas forças militares do movimento, depois apenas de Fuad Shukr, morto em julho também por um ataque israelense.

Aqil teria reivindicado a responsabilidade pelos ataques com bombas contra a Embaixada dos EUA em Beirute em abril de 1983, matando 63 pessoas, e contra o quartel da Marina americano, no mesmo ano, matando 241 militares.

Ele também é responsável pelo sequestro de reféns americanos e alemães no Líbano durante a década de 1980. Em julho de 2019, o comandante foi classificado pelos Departamento de Estado americano e Departamento do Tesouro como "Terrorista Global Especialmente Designado".

Washington anunciava uma recompensa de US$ 7 milhões (quase R$ 38,5 milhões) por ele.

Entenda o ataque
O ataque desta sexta-feira foi descrito pelos militares israelenses como "direcionado" e ocorre horas após o movimento ter disparado 150 foguetes contra regiões no norte de Israel — mais um capítulo na guinada da tensão entre militares e combatentes, marcada pelas explosões simultâneas de pagers e walki-talkies nos últimos dias.

Área de Khiam, no sul do Líbano, bombardeado por Israel para limitar a ação do grupo Hezbollah após ataques ao território israelense Foto: AFP

“Neste momento, não há mudanças nas diretrizes de defesa do Comando da Frente Interna”, afirmou o Exército israelense em comunicado, sem fornecer mais detalhes.

Relatos não confirmados pela mídia local indicaram que o incidente ocorreu enquanto uma reunião do "conselho de guerra" do Hezbollah estava sendo realizada dentro do edifício atingido. Relatos da mídia libanesa afirmam que um F-35 israelense realizou o ataque com dois mísseis, que atingiram um prédio no subúrbio de Dahiyeh, um conhecido reduto do Hezbollah.

À AFP, um oficial de segurança libanês acrescentou que o ataque ocorreu próximo à mesquita al-Qaem.

Uma densa nuvem de fumaça pôde ser vista subindo sobre a região, e moradores relataram ter ouvido uma explosão forte.

Esta é a terceira vez que as forças israelenses realizam ataques aéreos em Beirute desde o início da guerra.

Em julho, um ataque aéreo israelense em Beirute matou o chefe militar do Hezbollah, Fuad Shukr, e antes disso, em janeiro, o vice-líder do grupo terrorista Hamas, Saleh al-Arouri, foi morto em um ataque do Exército de Israel na capital libanesa. (Com AFP)

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