Quem é X Æ A-Xii e o que significa o nome do filho de Musk que mandou Trump se calar na Casa Branca
Menino de 4 anos acompanhou o bilionário em inédita entrevista no Salão Oval e roubou a cena com comportamento inquieto
Aos 4 anos de idade, o pequeno X Æ A-Xii roubou a cena no Salão Oval da Casa Branca durante a entrevista coletiva inédita de seu pai, Elon Musk, ao lado do presidente Donald Trump. Durante o encontro com jornalistas, na quarta-feira, a criança chegou a mandar o republicano "se calar" e "ir embora", em vídeos que viralizaram nas redes sociais, sobretudo entre críticos do atual governo.
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Era a primeira vez que Musk falava a jornalistas desde que chegou a Washington para chefiar o Departamento de Eficiência do Governo (Doge, na sigla em inglês).
X é um dos 12 filhos do bilionário, fruto do relacionamento do pai com a cantora Grimes. Ela também deu à luz outros dois herdeiros do magnata: Exa Dark Sideræl e Techno.
Com Justine Wilson, Elon Musk teve Griffin, Vivian, Kai, Saxon, Damian e Nevada e, com Shivon Zilis, sua atual mulher, Strider, Azure e o caçula, nascido no começo de 2024 e cujo nome não foi divulgado.
A criança é o filho que mais aparece publicamente ao lado do pai. Segundo a AFP, Trump descreveu o filho do aliado como alguém de "QI elevado".
Além do comportamento inquieto e das declarações inusitadas para o presidente, o pequeno chamou a atenção de internautas pelo nome incomum.
A mãe dele, a cantora canadense e ex-mulher do bilionário Grimes, explicou em 2020, em sua conta na rede social X, de onde o então casal tirou o nome do filho.
"X, a variável desconhecida; Æ, minha grafia élfica de Ai (amor e/ou inteligência artificial); A-12 = precursor do SR-17 (nossa aeronave favorita). Sem armas, sem defesas, apenas velocidade. Ótimo em batalha, mas não violento + A = Arcanjo, minha música favorita", destacou ela.
Durante o encontro na Casa Branca, X pareceu entediado ao longo dos 30 minutos da coletiva.
Em certo momento, o pequeno se aproximou da mesa onde estava sentado o presidente e foi possível ouvir dele um comando inusitado ao chefe da Casa Branca.
— Eu quero que você cale a sua boca — disse o menino.
Durante a entrevista, X sentou-se nos ombros do pai, brincou com o rosto e o boné do parente, se "escondeu" ao lado da mesa do presidente, bocejou, fez caras e bocas diversas e até colocou o dedo no nariz, como mostram as imagens do encontro.
Em outro momento, enquanto o pai falava a jornalistas, o menino se dirigiu novamente ao republicano.
— Você não é o presidente, precisa ir embora — dispara.
Críticos de Donald Trump compartilharam as imagens de X nas redes sociais e destacaram que o menino teria expressado o que muitos oposicionistas gostariam de dizer ao presidente.
As imagens de X no Salão Oval viralizaram entre internautas, que ressaltaram a fofura da criança e o quão inquieto ele estava no evento. Veja abaixo:
A entrevista ocorreu pouco depois de o presidente assinar um decreto ampliando os poderes de Musk à frente da força-tarefa.
Sem oferecer nenhuma evidência, o CEO da Tesla e da SpaceX voltou a afirmar que a burocracia federal americana foi corrompida por trapaceiros e funcionários que aprovaram dinheiro a "fraudadores".
Primeira coletiva de Musk
Musk respondeu às perguntas dos jornalistas ao lado da Mesa do Resolute, ao lado de Trump. Ele disse que seu trabalho era do interesse do público e da democracia. Ele falou por cerca de 30 minutos, sob aprovação do presidente americano.
— [O objetivo é] restaurar a democracia — disse Musk. — Se a burocracia está no comando, então que significado a democracia realmente tem?
Entre as alegações, o bilionário afirmou que funcionários da agora destruída Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês) estavam recebendo "propinas".
Ele disse que "algumas pessoas" na burocracia de alguma forma "conseguiram acumular dezenas de milhões de dólares em patrimônio líquido enquanto estavam nessa posição", sem explicar como ele fez essa avaliação. Mais tarde, ele alegou que alguns destinatários de cheques da Previdência Social tinham até 150 anos.
— Na verdade, estamos tentando ser o mais transparentes possível — disse Musk, referindo-se às postagens de sua equipe na rede social X. — Portanto, todas as nossas ações são o mais transparentes possível. Não conheço nenhum caso em que uma organização tenha sido mais transparente do que o Doge.
Na realidade, a equipe de Musk está operando em profundo sigilo: surpreendendo funcionários federais ao invadir agências e obter acesso a sistemas de dados confidenciais.
O próprio Musk é um "funcionário especial do governo", o que, segundo a Casa Branca, significa que seu registro de divulgação financeira não será tornado público.
Decreto amplia poderes
A aparição de Musk ocorreu no momento em que Trump assinou um novo decreto relacionado à sua iniciativa de corte de custos.
O texto, tornado público após o término do evento, ordena que os chefes das agências buscaquem reduções de força de trabalho em "grande escala" e deu à equipe do Doge um papel expandido na supervisão de qualquer contratação subsequente em certas agências.
Há críticas crescentes sobre a atuação de Musk. Muitos afirmam que ele está operando com poder irrestrito e sem responsabilidade — uma questão que tem perseguido Trump quando ele fala com repórteres.
Dezenas de processos foram movidos contra os esforços rápidos do governo para derrubar a burocracia, e vários juízes federais ordenaram a interrupção das ações enquanto as contestações são ouvidas. Musk rejeitou repetidamente, na terça, as sugestões de que estava operando sem supervisão.
Trump disse na terça-feira que, com a equipe de Musk, ele estava simplesmente cumprindo o que prometeu em sua campanha: uma revisão radical do governo federal.
De fato, ele prometeu repetidamente na campanha eleitoral erradicar o que chamou de "Estado profundo" e facilitar a demissão de funcionários públicos — promessas que atraíram forte apoio de seus apoiadores.
Mas menos central para seu discurso principal em 2024 foi um plano que ele anunciou em setembro para que o Musk liderasse uma comissão para auditar o governo e recomendar mudanças amplas.
O esforço também foi descrito inicialmente como operando "fora do governo". Mas depois que Trump ganhou a presidência, a visão de Musk para a iniciativa se expandiu, e ele permitiu que o bilionário se integrasse ao governo assumindo um escritório de tecnologia da Casa Branca.
Musk, o maior doador da campanha eleitoral de Trump, com mais de US$ 250 milhões, convocou uma equipe de jovens engenheiros para impulsionar um programa de eficiência implacável. Quando um jornalista perguntou o que ele achava de seus "opositores", Musk primeiro brincou:
— Tenho opositores? Não acho — antes de acrescentar que, graças à vitória eleitoral de Trump, não poderia haver "um mandato mais forte". — As pessoas votaram por uma grande reforma governamental e é isso que elas terão.
"Verifico" com o chefe
Ele também é acusado de hipocrisia por criticar os burocratas "não eleitos", ao mesmo tempo que se tornou um funcionário não eleito exercendo grande poder. Os jornalistas perguntaram sobre possíveis conflitos de interesse, já que a SpaceX tem contratos de bilhões de dólares com o mesmo governo que ele está auditando.
Musk rejeitou repetidamente as críticas de que estaria operando sem supervisão, dizendo que estava sendo "transparente". E acrescentou:
—Não é como se eu achasse que posso sair impune, serei fiscalizado o tempo todo — disse Musk, que tentou evitar falar sobre a SpaceX. — Antes de tudo, não sou eu quem assina os contratos. São as pessoas da SpaceX ou algo assim.
Ele reforçou sua intenção de impor responsabilidade a um funcionalismo público que, segundo ele, opera sem controle.
— A burocracia é um ‘quarto poder não eleito e inconstitucional, que atualmente tem, em muitos aspectos, mais poder do que qualquer representante eleito — insistiu Musk, que, ironicamente, ocupa um cargo de nomeação não eletiva e tem grande influência sobre o governo.
Musk admitiu que erros podem ser cometidos, à medida que ele reduz o tamanho das agências federais. Caso faça cortes excessivos, afirmou o bilionário, eles simplesmente serão revertidos:
— Algumas das coisas que eu digo estarão erradas e devem ser corrigidas. Ninguém acerta 100% das vezes— disse. — Cometeremos erros, mas agiremos rapidamente para corrigir qualquer erro.
Imprensa barrada
Enquanto Elon Musk falava sobre transparência, a Associated Press denunciava que seu jornalista na Casa Branca fora excluído do evento de Musk devido à recusa da agência de notícias em escrever "Golfo da América" em vez de "Golfo do México", conforme determinado pelo presidente, em janeiro, por decreto.
Depois de Musk, Trump falou. Ele elogiou o trabalho do bilionário e atacou os juízes americanos que bloqueiam alguns de seus planos.
Durante os 30 minutos do evento, Musk fez questão de deixar claro quem era o chefe.
—Verifico frequentemente com o presidente para garantir que isso é o que ele quer que aconteça — disse. — Por isso, nos falamos quase todos os dias.