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REABERTURA

Liquidações e filas marcaram a retomada das atividades no comércio do Centro e dos bairros do Recife

Lojistas apostam em promoções para atrair os clientes

Reabertura do comércio após medidas restritivas impostas pelo governo. Na foto, Rua da Imperatriz.Reabertura do comércio após medidas restritivas impostas pelo governo. Na foto, Rua da Imperatriz. - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Nesta quinta-feira (1º), teve início o novo Plano de Convivência com a Covid-19 estabelecido pelo Governo do Estado. Pelo decreto assinado pelo governador de Pernambuco, Paulo Câmara, com diretrizes que valem até o próximo dia 25, o comércio do Centro do Recife e de bairro podem funcionar de segunda a sexta, das 10 às 20h, e aos fins de semana e feriado, das 9h às 17h.

Na rua da Imperatriz, no Centro da cidade, por volta das 9h30 da manhã, lojistas aguardavam o horário permitido para a reabertura. A gerente Michele Chaves, responsável por uma loja de vestuário, afirmou que preferia que o comércio da região pudesse abrir uma hora antes.

“No centro da cidade, o pessoal costuma vir mais cedo. E a gente não pode ficar até tão tarde porque é perigoso”, disse. “Se pudesse ser às 9h a abertura indo até as sete da noite, seria até melhor”, acrescentou.

Ela também informou que a empresa precisou dar férias de 15 dias aos funcionários durante o período de quarentena mais rígida. “Essa foi uma maneira que a gente achou para não demitir”, explicou.

Antes mesmo de as portas das lojas abrirem, muitos clientes faziam filas aguardando o horário estabelecido. Alguns deles, inclusive, esperaram o momento para efetuar o pagamento de suas faturas nos cartões de crédito dos estabelecimentos. Foi o caso de José Laurentino da Silva, 41 anos de idade, autônomo, e de Ana Paula da Silva, 34, empregada doméstica. “A fatura demora a chegar na nossa casa. Então, eu prefiro vir pagar aqui pessoalmente”, comentou Ana Paula.

Boa parte dos consumidores que circulavam pelas ruas do centro do Recife na manhã desta quinta-feira usava máscara. No entanto, também houve quem desrespeitasse as medidas de segurança.

Gerente de uma loja de calçados, Messias de Araújo, 54 anos, que há 32 trabalha na empresa está com boas expectativas para a reabertura. Segundo o gestor, as lojas estão apostando nas ofertas para atrai os clientes. “As expectativas são as melhores possíveis, porque a gente tem muito preço, muita promoção”, disse.

Durante a passagem da reportagem da Folha de Pernambuco pelo centro da cidade, foi possível observar diversos anúncios de liquidação em lojas de diferentes segmentos, como calçados, esportes e vestuário.

Aos 31 anos, o vendedor Whashington Figueiredo está confiante com retomada das atividades econômicas. “Estamos com as portas abertas de novo, a gente vai lutar para melhora. Torcemos por boas vendas e espero que o pessoal siga o protocolo e as coisas melhorem para a gente vender mais”, comentou.

Irenilda Ferreira de Lima, 42 anos, dona de casa, aproveitou a ida ao médico, no centro do Recife, para também conferir a reabertura das lojas. “Vim aproveitar a promoção. Mas é importante, quando vir na rua, sempre usar máscara e se cuidar”, frisou.

Comércio de bairro
Nos bairros do subúrbio do Recife, a movimentação foi se intensificando aos poucos nesta quinta-feira (1º). No Largo da Encruzilhada, na Zona Norte da Cidade, a circulação de pessoas estava tranquila.

O comerciante Eduardo dos Santos, 51 anos, que possui uma banca de relojoaria está ansioso para que o movimento volte a aumentar. “Hoje está um dia parado praticamente. Eu espero que volte tudo ao normal para o dinheiro circular e a gente manter a nossa família”, disse.

No mercado da Encruzilhada, a movimentação também estava tranquila. Onde se via mais pessoas, aliás, eram nos locais em que havia venda de peixe e alimentos típicos da Semana Santa. Dilza Santana, 33 anos, dona de casa, aproveitou a quinta-feira para efetuar as compras da Páscoa. 

“Vim comprar peixe e um pouco de camarão para fazer de coco e fazer o básico: um peixinho frito, um bacalhau gratinado, um arroz branco e um feijãozinho”, contou. Moradora do Espinheiro, ela comentou que costuma comprar com frequência no mercado. “Esse ano eu não fiz pesquisa. Hoje, por conta do corre-corre, eu já vim direto para cá comprar. Muita coisa a gente sabe que o preço subiu, mas alguns lugares conseguiram manter o preço também”. 

Já no bairro de Casa Amarela, também na Zona Norte do Recife, a movimentação estava intensa nesta quinta. Famosa pelo comercio popular, a região atraiu consumidores nesta reabertura.

Nas lojas e nas feiras, muitos clientes circulavam. Pelas ruas era possível notar pessoas que desrespeitavam as medidas de segurança e higiene, como o uso de máscara e o distanciamento social.

Já no Mercado de Casa Amarela, a movimentação era tranquila, à exceção dos locais que vendiam peixe e frutos do mar, cuja a procura é grande nesta época do ano. A professora Adriana Laranjeira, 56 anos, foi umas das pessoas que tirou o dia para fazer a compra dos alimentos da Semana Santa.

“Compro aqui há muitos anos e sempre passei a Páscoa em casa com a família. Esse ano será assim também”, disse. Moradora de Casa Amarela, ela avalia que os preços estão mais altos e destaca que as pessoas precisam respeitar as regras de convivência diante da pandemia. “As pessoas não estão tendo consciência de que precisam manter distanciamento, sair o estritamente necessário. E, não fazendo isso, o comercio perde. As coisas estão caras, a inadimplência está muito grande e as pessoas estão sem poder aquisitivo”. 

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