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Rafael ameaça Cuba com força de um "grande furacão"

De acordo com o NHC, o furacão estava a 260 quilômetros a sudeste de Havana e atingirá Cuba depois do meio-dia

Pescadores retiram seus barcos da água antes da chegada da tempestade tropical Rafael em Havana em 5 de novembro de 2024. Pescadores retiram seus barcos da água antes da chegada da tempestade tropical Rafael em Havana em 5 de novembro de 2024.  - Foto: Adalberto Roque / AFP

O furacão Rafael tocará a terra em Cuba, nesta quarta-feira (6), com a fúria de um "grande furacão", duas semanas depois que Oscar deixou 8 mortos em meio a um apagão geral, segundo previsões do Centro Nacional de Furacões americano (NHC).

Com ventos de 160 km/h, Rafael se converteu em um furacão de categoria 2 (de cinco) na escala Saffir Simpson, e "se espera que (...) tenha aproximadamente a força de um furacão grande ao tocar a terra no oeste de Cuba", disse o NHC em seu último comunicado.

O Instituto de Meteorologia de Cuba concordou que Rafael ganhará força e é previsto que "esteja muito próximo da categoria 3 antes de impactar” entre as províncias de Pinar del Río e Artemisa, no oeste do país, disse na rede social X.

De acordo com o NHC, o furacão estava a 260 quilômetros a sudeste de Havana e atingirá Cuba depois do meio-dia.

As autoridades declararam estado de "alerta" em 9 das 15 províncias do oeste e do centro do país, incluindo Havana.

Meios locais informaram que ao menos 70 mil pessoas foram evacuadas, incluindo mais de 66 mil em Guantánamo (leste), a região mais atingida pelo Oscar, que ocorreu em 20 de outubro, e onde a chuva continuou a cair esta semana.

De acordo com o jornal oficial Granma, "as operações aéreas" na região ocidental do país foram suspendidas, medida que inclui os aeroportos de Havana e do famoso resort à beira-mar de Varadero, na província vizinha de Matanzas.

As aulas foram suspensas em várias províncias e, em Havana e em outras localidades no oeste de Cuba, também foram interrompidos serviços de transporte público.

Milhares de evacuados 
"Não há uma viva alma" aqui, disse à AFP Marisol Valle, uma mulher de 63 anos, enquanto tentava remover alguns móveis antes que a água atingisse sua casa perto do mar em Guanimar, uma vila de pescadores a cerca de 70 quilômetros de Havana.

A presidente de Cuba informou, na terça-feira, em sua conta no X que "o Conselho de Defesa Nacional foi acionado" à tarde para tomar a direção do país. Se trata de uma medida para "situações excepcionais e de desastre", indicou.

O presidente Miguem Díaz-Canel, diretor do órgão, supervisou as ações dos grupos responsáveis por alimentos, energia, transporte, construção e saúde.

Cuba ainda está se recuperando dos danos causados por Oscar, que coincidiu com um apagão geral de quatro dias no país, após uma pane na usina termoelétrica mais importante e devido à falta de combustível.

Déficit crônico 
Desde o gigantesco apagão, o país sofreu numerosos cortes devido ao déficit crônico de geração de energia. Em setembro de 2022, a ilha sofreu um apagão generalizado após a passagem do furacão Ian no Oeste.

A disponibilidade de energia nesta quarta-feira “dependerá muito dos efeitos do furacão”, disse Lázaro Guerra, diretor de eletricidade do Ministério de Energia e Minas, à televisão cubana.

A restauração total da eletricidade levou vários dias em Havana e várias semanas nas áreas afetadas.

Em Havana, onde vivem dois dos 10 milhões de habitantes do país, brigadas de trabalhadores intensificaram na terça-feira o trabalho de drenagem de esgotos e coleta de resíduos sólidos, bem como a poda de árvores.

As graves inundações do Oscar surpreenderam os habitantes de duas cidades de Guantánamo, San Antonio del Sur e Imías, onde foram registradas oito mortes.

Cuba está enfrentando a pior crise econômica dos últimos trinta anos. A enorme falta de energia elétrica ocorreu depois de apagões crônicos, além da escassez de alimentos e remédios e da inflação galopante.

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