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SAÚDE

Raio X de paciente cheio de ovos de tênia pelo corpo viraliza; entenda o que é a cisticercose

Caso foi revelado pelo twitter depois de um médico residente pelo Hospital das Clínicas de Botucatu, em SP, compartilhar a imagem

Os ovos de tênia encontrados no tórax já estavam mortos e calcificados, ou seja, já não apresentavam riscos Os ovos de tênia encontrados no tórax já estavam mortos e calcificados, ou seja, já não apresentavam riscos  - Foto: Reprodução/ Twitter

Uma imagem de raio X de um tórax, cujo paciente não foi identificado, tem viralizado nas redes sociais. A radiografia em questão mostra um quadro de cisticercose, doença parasitária causada pela ingestão dos ovos de tênia.

O dono da postagem é o médico Vitor Borin de Souza, residente pelo Hospital das Clínicas de Botucatu. Em outro post mais recente, o profissional disse que apagou a foto porque estava com a “rede social insuportável” com inúmeras mensagens.

Segundo souza, o paciente apresentava tosse constante há dois meses quando o exame foi solicitado. Os ovos de tênia encontrados no tórax já estavam mortos e calcificados, ou seja, não apresentavam risco a ele.

“Essas lesões estão calcificadas, então, não são cisticercos viáveis. Se não causar nenhum desconforto, vida que segue”, explicou o médico pelo Twitter.
 

O que é a cisticercose
Considerada rara no Brasil, com menos de 150 mil casos por ano, a cisticercose é causada por cistos da larva da Taenia solium nos tecidos. Cisto é uma forma que protege certos protozoários, com uma película ou cápsula, envolvendo um parasita capaz de se reproduzir quando encontrar o ambiente adequado.

Ela é transmitida pelo contato com fezes humanas infectadas com o ovo da tênia através de alimentos, água ou superfícies contaminadas com fezes. Os humanos engolem os ovos quando comem alimentos contaminados ou colocam os dedos contaminados na boca.

Na cisticercose disseminada, pode afetar o corpo inteiro, podendo chegar no cérebro, nos músculos e outros tecidos do corpo. E os sintomas variam de acordo com o local onde o parasita está alojado, por exemplo, quando está na musculatura, pode causar inchaço, inflamação e dificuldade nos movimentos.

Porém, especialistas afirmam que este quadro ocorre, na maioria das vezes, em pessoas imunossuprimidas, ou seja, que tem o sistema imunológico mais frágil.

Sintomas
Quando chega ao cérebro (neurocisticercose), o paciente pode ter dores de cabeça frequentes, convulsões e confusão mental, sendo uma das principais causas de convulsões em adultos na maioria dos países de baixa renda, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos.

Já a cisticercose ocular pode desenvolver visão embaçada, inchaço, deslocamento da retina e até mesmo levar à cegueira.

Os sintomas podem ocorrer meses a anos após a infecção, geralmente quando os cistos começam a morrer. Quando os cistos morrem, o cérebro ou outro tecido ao redor do cisto pode inchar. A pressão do inchaço é o que geralmente causa os sintomas da infecção. Às vezes, os sintomas são causados pela pressão do cisto em um pequeno espaço, segundo o CDC.

Tratamento
As infecções são geralmente tratadas com medicamentos antiparasitários em combinação com medicamentos anti-inflamatórios. Às vezes, a cirurgia é necessária para tratar cistos em determinados locais, quando os pacientes não respondem ao tratamento medicamentoso ou para reduzir o inchaço cerebral.

Quando os vermes já estão mortos e calcificados (inviáveis), não há a necessidade de usar medicações e os médicos recomendam não tomar vermífugos para evitar a infecção.

A doença pode ser prevenida e evitada através de hábitos simples do cotidiano, como: lavar bem as mãos com água e sabão após usar o banheiro, trocar fraldas e antes de manusear alimentos. Além da limpeza de vegetais crus, verduras e frutas antes de comer.

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