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RAIVA

Sedada e sendo monitorada, diz equipe médica sobre mulher que contraiu raiva humana em Pernambuco

Reginelle Terto, do Hospital Oswaldo Cruz, fez um alerta para o cuidado com os animais

HUOC fica no bairro de Santo Amaro, Centro do RecifeHUOC fica no bairro de Santo Amaro, Centro do Recife - Foto: Davi Queiroz/Folha de Pernambuco

A equipe médica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Santo Amaro, no Centro do Recife, deu detalhes, na tarde desta sexta-feira (10), sobre o estado de saúde da paciente de 56 anos internada com raiva humana, após ser mordida por um sagui. Ela é a primeira pessoa acometida pela doença em Pernambuco em oito anos.

Segundo a assessoria de comunicação da unidade médica, a paciente segue em estado grave.

"Ela encontra-se sedada, respirando com auxílio de aparelho e sendo monitorada pela equipe multidisciplinar da unidade de saúde", afirma a instituição de saúde, por meio de nota.

Moradora da cidade de Santa Maria do Cambucá, no Agreste do Estado, ela está internada no hospital desde 31 de dezembro.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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A médica intensivista Reginelle Terto, do Hospital Oswaldo Cruz, em entrevista à Folha de Pernambuco, fez um alerta para o cuidado com os animais.

"A gente precisa evitar a ojeriza, a raiva contra os animais. O que a gente precisa fazer é o cuidado após o acidente acontecer. A melhor prevenção da raiva é vacinar o animal e ter os cuidados quando acontecem acidentes. Os animais não têm culpa, e a gente precisa se prevenir", explicou ela.

Entenda o caso
A paciente apresentou uma lesão na mão esquerda depois de ser mordida por um sagui e teve quadro de dormência, que se irradiou para o toráx. Ela também tinha dores e fraqueza.

Um exame feito pelo Instituto Pasteur confirmou, na quarta-feira (8), a contaminação por raiva. A mulher segue sendo assistida por uma equipe multiprofissional do hospital na Capital pernambucana.

"No dia 2 de janeiro, ela apresentou uma piora importante e precisou ser entubada e ir para a ventilação mecânica. Desde então, estamos mantendo o cuidado neuroclínico dela, e fazendo o protocolo, conforme o Ministério da Saúde", completou a médica.

Segundo a SES-PE, o laudo do exame demonstra que o vírus encontrado na paciente é de origem silvestre.

Cuidados a serem tomados
Durante a entrevista, a médica intensivista aproveitou a oportunidade para conscientizar a população acerca da prevenção à raiva. Segudo ela, manter a vacinação antirrábica aos animais domésticos e de rua é importante. "O vírus existe na natureza. A gente não vai conseguir acabar com ele", frisou.

Doença infecciosa viral aguda causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, a raiva humana tem taxa de letalidade de 100%. A raiva pode ser transmitida ao ser humano pela mordedura, arranhadura ou lambedura de um animal infectado. 

Em caso de contato, o paciente pode apresentar, após o período de dois a dez dias de incubação, sintomas como:
- Mal-estar geral;
- Pequeno aumento de temperatura;
- Anorexia;
- Cefaleia; 
- Náuseas;
- Dor de garganta; 
- Entorpecimento; 
- Irritabilidade; 
- Inquietude;
- Sensação de angústia.

O diagnóstico é feito obrigatoriamente por meio laboratorial, a partir de técnicas diversas. A medida mais eficaz contra a raiva humana é a prevenção pela vacinação pré ou pós-exposição. 

O Ministério da Saúde adquire e distribui os imunobiológicos necessários para a profilaxia da raiva humana no Brasil: vacina antirrábica humana de cultivo celular, soro antirrábico humano e imunoglobulina antirrábica humana.

Entre 2010 e 2024, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 48 casos de raiva humana.

Desse total, nove foram causados por mordidas de cães, 24 por morcegos, seis por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos e um por bovino.

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