Raquel Lyra diz que Governo de Pernambuco apura detenção do presidente do Sindicato dos Rodoviários
Governadora afirmou que sua gestão respeita o direito à greve e a luta dos trabalhadores
Em comunicado divulgado em suas redes sociais, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), afirmou que o Governo do Estado apura as circunstâncias da ação policial que resultou na detenção do presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, na manhã desta sexta-feira (28). Os rodoviários estão em greve desde quarta-feira (26).
De acordo com a governadora, o seu governo "respeita o direito à greve e a luta dos trabalhadores". "Acredito no diálogo como o melhor caminho para negociação. Sempre", disse Raquel.
Aldo Lima foi detido por volta das 4h30 em frente à garagem da empresa Pedrosa, no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife. Segundo o advogado do sindicato, a empresa estaria colocando mais de 60% da frota em circulação — decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) estipulava esse percentual para horários de pico. Três horas depois, Aldo, que havia sido levado à Central de Plantões da Capital, foi liberado após assinar termo de compromisso.
Nosso governo respeita o direito à greve e a luta dos trabalhadores. Já estamos apurando as circunstâncias da ação policial que deteve o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima. Acredito no diálogo como o melhor caminho para negociação. Sempre.
— Raquel Lyra (@raquellyra) July 28, 2023
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Em fala à Folha de Pernambuco após ser liberado, Aldo Lima afirmou que foi à garagem da Pedrosa após receber denúncias de trabalhadores que estariam sendo coagidos a trabalhar apesar da greve sob ameaça de serem demitidos ou trocar de turno.
"O sindicato precisou ir até a frente da garagem. Nesse momento, a polícia já estava presente. Eu tentei parar um veículo para conversar com um trabalhador. Foi quando os policiais vieram para falar que eu não poderia ficar ali, que eu não poderia conversar com os trabalhadores e que a frota deveria sair. Eu disse a ele que era um direito legítimo de greve, um direito nosso de dialogar com os trabalhadores. Não fiz nenhuma resistência. Lamentavelmente esse fato aconteceu", afirmou Aldo.
De acordo com relatos de testemunhas passados à Polícia Civil, Aldo Lima teria mobilizado um grupo de manifestantes para bloquear a saída de coletivos e impedir trabalhadores que não estariam aderindo à greve de exercer suas atividades.
"O autor teria desobedecido ordem judicial, e, ao ser solicitado, segundo relatos de testemunhas, que saísse da frente de um coletivo de saída da empresa, o autor não teria acatado, colocando a sua vida e a de terceiros em risco", disse a Polícia Civil, por meio de nota.
Policiais militares do 11º BPM foram ao local. Segundo a PM, "mesmo com ordem judicial para liberação da passagem para as garagens de coletivos, o presidente do Sindicato dos Rodoviários impedia a saída dos veículos". "O efetivo pediu que ele saísse e ele não obedeceu, desacatando o policiamento e resistindo", explicou a corporação.